Um estudo publicado na revista Geosphere identificou sinais de que a falha de San Andreas, na Califórnia, e a zona de subducção de Cascadia, no noroeste do Pacífico, estão sincronizadas de um modo que pode desencadear uma reação em cadeia e culminar num megaterremoto.
O que os pesquisadores fizeram
Os autores compararam sedimentos coletados nas duas regiões e encontraram características semelhantes entre os locais. A interpretação é que as duas estruturas tectônicas se movem em direção uma à outra, mas acabam ficando presas nos pontos de contato, acumulando tensão até que ocorra um grande deslocamento — descrito pelos pesquisadores como um evento de “megaempuxo”.
Como isso acontece na prática? Imagine duas peças que tentam deslizar, mas ficam engatadas até que, de repente, uma delas rompe. Esse rompimento pode liberar uma quantidade enorme de energia.
Risco e cronologia
Os autores alertam que um megaterremoto resultante dessa sincronização poderia ser maior do que qualquer tremor já registrado. Ao mesmo tempo, enfatizam que os episódios não precisariam ocorrer ao mesmo tempo: pode haver um intervalo significativo entre eventos nas duas zonas — possivelmente de até uma década ou mais. O estudo não indica um prazo preciso para a ocorrência de novos eventos sísmicos.
Implicações e medidas
Embora a pesquisa foque em falhas na América do Norte, o resultado teve repercussão na comunidade sísmica internacional por sugerir que sistemas distantes podem interagir. Em países como o Brasil — inclusive no estado da Bahia — os achados reforçam a importância de manter e revisar redes de monitoramento, modelos de previsão e planos de preparação, além de avaliar impactos indiretos em setores como logística e seguros.
- Manter e ampliar redes de monitoramento;
- Revisar e atualizar modelos de previsão;
- Aprimorar planos de preparação e contingência;
- Avaliar efeitos indiretos em logística e seguros.
O artigo conclui apontando a necessidade de novas investigações para entender melhor os mecanismos de sincronização entre falhas e os prazos em que reações em cadeia podem ocorrer. Em outras palavras: o achado acende um alerta e pede mais pesquisa — mas não fornece uma data concreta para um possível evento.