Salvador, na Bahia — A Apple perdeu mais um executivo da área de inteligência artificial: Ke Yang deixou a empresa para se juntar à Meta, segundo reportagem de Mark Gurman, da Bloomberg.
Yang havia sido nomeado semanas antes como líder da equipe Answers, Knowledge and Information (AKI), responsável por aproximar a assistente Siri de sistemas conversacionais mais avançados. A saída aconteceu poucas semanas depois da promoção.
O que a equipe AKI fazia
A AKI reunia times de Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina (AIML) e a engenharia chefiada por Craig Federighi. O objetivo do projeto era redesenhar a Siri até março de 2026, criando um sistema capaz de buscar informações na web, executar comandos mais complexos e usar dados pessoais do usuário para respostas mais contextualizadas — em outras palavras, colocar a Siri mais perto de rivais como Google Gemini, Perplexity AI e modelos da OpenAI.
Mas e agora, o que muda com a saída de Yang? Perder líderes em meio a um projeto grande é como tirar peças-chave de um quebra‑cabeça: pode atrasar a montagem e exigir ajustes rápidos.
Quem saiu
- Ruoming Pang, fundador e cientista‑chefe do Apple Foundation Models — foi para a Meta;
- Sam Wiseman, pesquisador em Nova York — contratado pela Reflection AI;
- Chong Wang, cientista principal — recrutado pela Meta;
- Frank Chu, líder de equipes de IA voltadas à busca — migrou para a Meta em agosto;
- Andrew Tulloch, cofundador do Thinking Machines Lab — também se juntou à Meta.
Fontes dizem que a Meta intensificou as contratações e criou o Superintelligence Labs, voltado a modelos de IA avançada, o que acabou atraindo talentos da Apple. A sequência de saídas expôs instabilidade no grupo de IA da Apple, que tenta acompanhar o ritmo de concorrentes como OpenAI e Google.
Próximos passos
Com a saída de Ke Yang, a liderança da AKI passou para Benoit Dupin, responsável pela infraestrutura de aprendizado de máquina em nuvem. A Apple também vinha entrevistando possíveis substitutos para John Giannandrea, vice‑presidente sênior de IA e aprendizado de máquina.
Essas mudanças podem afetar o ritmo das funcionalidades planejadas para a Siri até março de 2026. Investidores e concorrentes ficarão atentos aos desdobramentos apontados pela imprensa especializada.
Em resumo: há um movimento claro de talentos em direção à Meta, e a Apple terá trabalho para manter a ambição de transformar a Siri sem perder velocidade.