O Ministério Público de São Paulo acusa a estudante de direito Ana Paula Veloso Fernandes, 35, de envenenar e matar quatro pessoas entre janeiro e maio de 2025 em São Paulo e no Rio de Janeiro. Segundo a Promotoria, ela teria contado com a ajuda da irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes, e de Michelle Paiva da Silva, filha de uma das vítimas, que também foram presas durante a investigação.
De acordo com o MP, as mortes atribuídas à acusada ocorreram em Guarulhos (SP), Duque de Caxias (RJ) e na capital paulista. As vítimas são Marcelo Hari Fonseca e Maria Aparecida Rodrigues, ambos em Guarulhos; o aposentado Neil Corrêa da Silva, em Duque de Caxias; e o tunisiano Hayder Mhazres, em São Paulo. Em setembro, a Justiça aceitou a denúncia e tornou Ana Paula ré, decretando a prisão preventiva. Roberta e Michelle foram detidas por suspeita de participação nos crimes.
Segundo a denúncia, a motivação seria financeira: a acusada se aproximava das vítimas simulando relações de amizade ou amorosas para se apropriar de bens e valores. Em um dos casos, a Promotoria afirma que Michelle Paiva teria pago R$ 4 mil para que o próprio pai, Neil, fosse envenenado após receber uma feijoada. Mensagens de celular citam a sigla “TCC”, supostamente usada como código de cobrança desse valor, de acordo com a polícia.
As autoridades relatam que ao menos três corpos foram exumados para exames toxicológicos. Os laudos devem indicar a substância usada; peritos trabalham com a hipótese de “chumbinho” (veneno para ratos), mas os resultados definitivos ainda são aguardados. Em casos correlatos, a polícia associou o avanço da investigação a um episódio no qual a acusada teria levado um bolo supostamente envenenado à faculdade em Guarulhos; ninguém consumiu o alimento, e o caso teria contribuído para ligar a suspeita às mortes investigadas.
A cronologia dos crimes apontados pelo MP e pela polícia inclui a morte de Marcelo Hari Fonseca em 31 de janeiro, em Guarulhos; de Maria Aparecida Rodrigues, em 11 de abril, também em Guarulhos; de Neil Corrêa da Silva, em 26 de abril, em Duque de Caxias; e de Hayder Mhazres, em 23 de maio, na cidade de São Paulo. As prisões ocorreram em sequência: Ana Paula em julho, Roberta em agosto e Michelle em 7 de outubro, em ação conjunta das polícias de SP e RJ.
No momento, Ana Paula está presa preventivamente em São Paulo, enquanto Roberta e Michelle permanecem detidas à disposição da Justiça. O Ministério Público aguarda laudos periciais e a Polícia Civil apura se há outras possíveis vítimas. O processo segue em tramitação, e a Justiça decidirá sobre eventual júri popular após as próximas fases procedimentais.
