Nas redes sociais, viralizaram vídeos muito realistas que mostravam figuras públicas já falecidas em cenas ofensivas — e muita gente ficou confusa sobre o que era real e o que era gerado por IA.
O que aconteceu
As mídias foram produzidas com o Sora 2, ferramenta da OpenAI que transforma descrições de texto em vídeos curtos e realistas. As primeiras versões do serviço foram lançadas nos Estados Unidos e no Canadá.
Entre as imagens que circularam estavam representações de personalidades como:
- Malcolm X
- Robin Williams
- Martin Luther King Jr.
- Bob Ross
- Michael Jackson
- Elvis Presley
- Amy Winehouse
Alguns vídeos mostraram cenas consideradas especialmente ofensivas: em uma montagem, Malcolm X foi colocado fazendo piadas grosseiras, discutindo com Martin Luther King Jr. e proferindo declarações de teor escatológico; em outra, trechos do discurso “I Have a Dream” de Martin Luther King Jr. foram alterados para incluir sons de macaco. Essas manipulações levaram muitas pessoas a questionar a origem e a intenção por trás das imagens.
Reação e medidas
A reação de familiares e do público foi de repúdio. “não queria ver os vídeos gerados por IA de seu pai”, disse Ilyasah Shabazz, filha de Malcolm X, ao The Washington Post.
A OpenAI afirmou que sua política considerava os “fortes interesses de liberdade de expressão na representação de figuras históricas”, mas, diante das críticas, anunciou que parentes que se sentissem ofendidos poderiam solicitar o bloqueio das imagens usadas pelo Sora 2. A empresa também comunicou medidas para permitir pedidos de remoção por familiares e reiterou que o aplicativo foi projetado para gerar vídeos curtos a partir de descrições textuais.
O episódio reforça um ponto importante: a tecnologia pode produzir imagens impressionantes — e também causar dano e confusão. Como sociedade, resta a pergunta: como equilibrar liberdade criativa com respeito às pessoas retratadas?