A Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) decidiu, em votação secreta, manter a prisão preventiva do deputado estadual Kléber Cristian Escolano de Almeida, conhecido como Binho Galinha (PRD). A deliberação ocorreu após parecer técnico da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e atendeu ao prazo de 72 horas estabelecido pela notificação judicial à Casa. Com a decisão, o parlamentar segue preso enquanto o caso tramita na Justiça, e o Legislativo dá sequência aos ritos internos aplicáveis ao mandato.
O deputado havia sido preso na última semana após se entregar ao Ministério Público da Bahia, no contexto de uma nova fase investigativa ligada às operações El Patrón e Estado Anômico. Em audiência de custódia, a Justiça manteve a prisão preventiva, que foi posteriormente submetida à avaliação do plenário da ALBA, em voto secreto e exigindo maioria absoluta, conforme as constituições Federal e Estadual e o regimento interno da Casa. A votação confirmou a continuidade da custódia cautelar do parlamentar, sem análise de mérito das acusações, que permanecem sob responsabilidade do Judiciário.
Segundo as investigações, o deputado é apontado por MP e PF como líder de uma organização criminosa com atuação sobretudo em Feira de Santana, envolvendo delitos como lavagem de dinheiro, jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada, comércio ilegal de armas, embaraço a investigações e associação para o tráfico. Na cronologia do caso, houve decisões relevantes de STJ e STF ao longo de 2025: o STJ chegou a anular efeitos da El Patrón por vícios na obtenção de dados sigilosos, mas o STF reverteu o entendimento e permitiu a continuidade da operação. Nesta etapa, a Polícia Federal também apreendeu um carro blindado com giroflex e comunicação por satélite em área de mata, supostamente usado na fuga, e executou prisões de familiares e policiais militares ligados ao caso.
A defesa do deputado contesta a legalidade da prisão e aponta suposta incompetência da vara responsável, nega que ele tenha ficado foragido e fala em perseguição, alegando colaboração desde o início das investigações. Os advogados afirmam que levarão adiante medidas cabíveis para reverter a decisão e responsabilizar excessos. No plano parlamentar, a ALBA ressalta que o plenário não julga o mérito das denúncias criminais; avalia-se apenas a constitucionalidade da prisão e, em paralelo, podem tramitar processos no Conselho de Ética, com prazos e garantias de defesa previstos no Código de Ética e Decoro da Casa.
Ao final da sessão que confirmou a manutenção da prisão, a ALBA informou que comunicará formalmente o resultado ao Poder Judiciário, enquanto os processos judiciais e eventuais procedimentos internos continuarão seguindo seus ritos próprios.