A Microsoft acelerou o desenvolvimento de chatbots próprios para reduzir a dependência da OpenAI, com foco especial na área da saúde, segundo reportagem exclusiva do Wall Street Journal. Uma grande atualização do Copilot, prevista para este mês, foi descrita como capaz de integrar conteúdo licenciado da Harvard Medical School para oferecer respostas médicas mais confiáveis.
Mudanças na prática
De acordo com Dominic King, vice‑presidente de saúde da Microsoft AI, o objetivo foi fazer com que as respostas sigam recomendações médicas e ajudem pacientes a lidar com condições complexas. Entre as frentes exploradas estavam:
- uso de conteúdo especializado para melhorar a precisão das respostas;
- recursos para auxiliar no gerenciamento de doenças como diabetes;
- ferramentas que sugerem profissionais de saúde próximos, levando em conta necessidades e cobertura de seguro.
Sob a liderança de Mustafa Suleyman, a empresa montou laboratórios internos que reuniram médicos e engenheiros para criar modelos proprietários. Testes desses modelos já vinham sendo feitos no Copilot, enquanto outras ofertas corporativas ainda usam soluções de terceiros, como as da Anthropic.
A estratégia faz parte de um esforço mais amplo para competir com a OpenAI em fidelidade das respostas e integração com ferramentas corporativas e a nuvem Azure, que também gerou receita com treinamentos e operações de IA. Apesar dos avanços, o Copilot registrou cerca de 95 milhões de downloads — bem atrás dos mais de 1 bilhão do ChatGPT, segundo o levantamento citado.
Ao mesmo tempo, a Microsoft manteve um acordo provisório firmado em setembro que previa uma participação de 30% em uma futura entidade lucrativa ligada à OpenAI, enquanto buscava acelerar sua independência tecnológica em IA.
A notícia teve repercussão nacional, inclusive na Bahia, e deixou claro que a Microsoft direcionou recursos para consolidar a marca Copilot na saúde, com testes de modelos próprios e negociações estratégicas com parceiros externos. No fim das contas, a empresa tenta equilibrar parceria e autonomia — e quer ter mais controle sobre as respostas médicas e a tecnologia por trás delas.