A Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) 2024, divulgada pela OCDE, mostra que a tecnologia já faz parte do cotidiano de muitos professores: 56% dos docentes brasileiros relataram usar ferramentas de inteligência artificial em sala de aula. As entrevistas no Brasil foram feitas entre junho e julho de 2024, em um levantamento que comparou dados de 53 países.
Como a IA é usada na prática
O uso não é homogêneo — algumas aplicações são bem mais comuns. Pense na IA como uma caixa de ferramentas: alguns itens são usados todo dia, outros só ocasionalmente.
- 77% usaram para elaborar planos de aula ou atividades.
- 64% para ajustar automaticamente a dificuldade dos materiais às necessidades dos alunos.
- 63% para pesquisar e resumir tópicos de forma rápida e eficiente.
Aplicações menos frequentes incluem:
- 42% que usam IA para revisar dados sobre participação ou desempenho.
- 39% para gerar textos de feedback ou comunicações com pais e responsáveis.
- 36% para avaliar ou corrigir trabalhos.
Contexto internacional e impulso recente
A adoção varia bastante: cerca de 75% dos professores em Singapura e nos Emirados Árabes Unidos relataram uso de IA, enquanto em países como França e Japão a participação caiu para menos de 20%. O relatório também observa que o lançamento do ChatGPT, no final de 2022, acelerou o emprego cotidiano da tecnologia em diversos setores, inclusive na educação.
Desafios e preparação
Nem todo mundo se sente preparado para usar essas ferramentas. 39% dos professores brasileiros disseram que precisam aprimorar competências para integrar IA ao ensino. Entre os que ainda não usam IA, 64% atribuíram a ausência de uso à falta de conhecimento e habilidade, e 60% apontaram limitações de infraestrutura nas escolas.
O levantamento foi feito com professores e diretores, sobretudo dos anos finais do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano).
O que isso significa?
Os impactos de curto e longo prazo da inteligência artificial na educação ainda são incertos — há pistas, mas não desdobramentos confirmados pelo estudo. O panorama aponta para uma adoção crescente, com desafios claros de formação e estrutura. O relatório e as informações foram divulgados pela Agência Brasil. O que vem a seguir para escolas e professores depende, em grande parte, de como eles serão apoiados para usar essas ferramentas de forma segura e eficaz.