O mercado brasileiro de veículos leves eletrificados bateu um novo recorde em setembro de 2025: foram 21.515 emplacamentos, alta de 6,4% sobre agosto (20.222) e 62% em relação a setembro de 2024 (13.265), segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Resumo do período
No acumulado de janeiro a setembro, as vendas chegaram a 147.602 unidades, crescimento de 20,4% frente às 122.548 do mesmo período de 2024. Em setembro, os eletrificados representaram 9,3% do mercado de veículos leves, que totalizou 231.370 unidades — ante 6% em setembro do ano anterior.
Por categorias
Os modelos totalmente elétricos (BEV) e plug-in (PHEV) dominaram o acumulado janeiro-setembro: juntos somaram 120.644 unidades, ou 76% das vendas eletrificadas, um salto de 40% sobre 2024 (86.326).
Em setembro, os PHEV lideraram com 8.194 unidades (38% do mês) e os BEV ficaram praticamente empatados com 8.169 unidades (38%). Isso representa altas de 68% e 74%, respectivamente, frente a setembro de 2024.
Os híbridos (HEV e HEV Flex) chegaram a 5.152 veículos em setembro (24% do total): 2.285 HEV convencionais (10,6%) e 2.867 HEV Flex (13%). Os HEV Flex cresceram 28% sobre agosto e 86% ante setembro de 2024.
Os micro-híbridos (MHEV) também avançaram: 5.604 unidades em setembro, alta de 10,4% sobre agosto. Destas, 4.168 (74,4%) foram MHEV 12V e 1.436 (25,6%) MHEV 48V.
Frotas comerciais e ônibus
Os veículos comerciais leves eletrificados se destacaram: entre janeiro e setembro houve avanço de 51% em relação ao mesmo período de 2024, com 1.642 unidades comercializadas ante 1.086. Em comparação com 2023, o aumento em dois anos foi de 271,5% (eram 442 unidades em 2023).
O setor de ônibus elétricos também cresceu de forma expressiva: 42 unidades emplacadas em setembro — todas no estado de São Paulo —, alta de 600% sobre as seis unidades vendidas em setembro de 2024.
Regiões, estados e municípios
Regionalmente, o Sudeste liderou com 10.059 unidades (46,8%), seguido por Sul (4.031, 18,7%), Nordeste (3.478, 16,2%), Centro-Oeste (3.050, 14,2%) e Norte (897, 4,2%). O Nordeste incluiu estados como a Bahia entre seus mercados.
Entre os estados, São Paulo manteve a liderança com 6.834 emplacamentos (31,8%), à frente do Distrito Federal (1.862), Rio de Janeiro (1.416), Rio Grande do Sul (1.368) e Paraná (1.358).
Os municípios com maior número de vendas foram: São Paulo (SP) com 2.789, Brasília (DF) com 1.862, Rio de Janeiro (RJ) com 779, Belo Horizonte (MG) com 758 e Curitiba (PR) com 603.
O que explica o avanço?
Por que esse crescimento? Em grande parte pela adoção das frotas corporativas — empresas de logística, distribuição e serviços têm buscado eficiência energética, redução de custos operacionais e cumprimento de metas ambientais. Além disso, a entrada de novas montadoras no país e iniciativas de fomento ajudaram a acelerar a transição.
Projetos colaborativos também aparecem como fator relevante. A plataforma e-Fast Brasil, liderada pelo WRI Brasil e apoiada institucionalmente pela ABVE, reuniu montadoras, operadores logísticos e gestores públicos com o objetivo de descarbonizar a mobilidade de carga nas cidades.
“A eletrificação das frotas corporativas começa a ganhar escala”, disse Ricardo Bastos, presidente da ABVE. “A mobilidade elétrica já começou a fazer parte das estratégias empresariais direcionadas à modernização de frotas e ao fortalecimento de cadeias logísticas mais limpas e inteligentes”.
Perspectiva
Segundo a ABVE, a dinâmica observada em setembro consolida uma tendência de crescimento consistente no país, que tende a se refletir nos próximos meses à medida que empresas e fornecedores ampliem a adoção de modelos eletrificados nas frotas.