Adélio Bispo, 47, autor da facada contra Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018, será submetido nos próximos dias a um novo exame de periculosidade. A avaliação, conduzida por dois especialistas no Presídio Federal de Campo Grande (MS), verificará se ele ainda representa risco à sociedade e poderá indicar manutenção da medida de segurança, transferência para hospital de custódia ou retorno ao convívio social com acompanhamento ambulatorial, a depender de decisão judicial.
De acordo com quesitos formulados pelo Judiciário, os peritos deverão responder se o internado ainda apresenta transtorno mental que justifique a medida de segurança, se há risco atual para si ou terceiros e em quanto tempo ele deve ser reexaminado em caso de persistência de periculosidade.
Considerado inimputável por transtorno delirante persistente em 2019, Adélio cumpre medida de segurança em cela individual no presídio federal de segurança máxima em Campo Grande. Relatos indicam isolamento, recusa frequente a banhos de sol e episódios de negativa de medicação. O prontuário médico está sob sigilo judicial.
A Polícia Federal concluiu, em inquéritos encerrados entre 2018 e 2024, que Adélio agiu sozinho no atentado, sem mandantes identificados. O segundo inquérito reforçou a ausência de participação de terceiros na execução do crime.
A legislação prevê reavaliações periódicas para verificar cessação de periculosidade em medidas de segurança. Em 2022, já houve perícia similar para checar o estado mental e a possibilidade de alta, dentro do rito processual comum nesses casos.
Conforme decisões anteriores, há previsão de permanência no sistema prisional federal até, pelo menos, 2038, quando o internado completará 60 anos, salvo mudança decorrente de laudos e novas decisões judiciais. O resultado do novo exame deve orientar o próximo passo do processo, que continuará sob supervisão do Judiciário competente.