Bruna Araújo de Souza, de 30 anos, morreu após ingestão de bebida alcoólica adulterada com metanol em São Bernardo do Campo (SP). A confirmação foi feita pela prefeitura, que informou resultado laboratorial positivo para a substância e relatou que a paciente estava internada desde o fim de setembro, após consumir um drinque com vodca e suco durante um show no dia 28. O protocolo de cuidados paliativos foi adotado na última semana, em conjunto com a família, e o óbito foi confirmado na segunda-feira (6).
Segundo relatos de familiares e amigos, Bruna passou a apresentar sintomas como vômitos, dor intensa, visão embaçada e cefaleia no dia seguinte ao evento. Ela foi atendida inicialmente em UPA e transferida entubada ao Hospital de Clínicas de São Bernardo, onde recebeu antídoto e hemodiálise. O namorado também procurou atendimento com sintomas compatíveis.
O caso ocorre no contexto de aumento de notificações por suspeita de intoxicação por metanol no município e no estado. Em São Bernardo, a Vigilância Epidemiológica registrou 78 notificações até 6 de outubro, com seis óbitos suspeitos, e uma confirmação laboratorial — a de Bruna. Treze pessoas permaneciam internadas, segundo boletim municipal.
No estado de São Paulo, havia 15 casos confirmados e 164 em investigação na mesma data, incluindo mortes sob análise. Perícias da Polícia Civil identificaram metanol em bebidas apreendidas em distribuidoras, e operações levaram à interdição de estabelecimentos na capital e na Grande São Paulo. O governo estadual e prefeituras reforçaram fiscalizações e o rastreio de pontos de venda.
Em âmbito nacional, o Ministério da Saúde contabilizou ao menos 17 confirmações e cerca de 200 casos em investigação até o começo de outubro, com distribuição de etanol farmacêutico a estados e negociação para aquisição de fomepizol como antídoto adicional. São Paulo concentra a maioria das notificações recentes.
A prefeitura de São Bernardo informou a interdição cautelar de estabelecimentos e a coleta de amostras para análise. Equipes da Vigilância mantêm contato com familiares de vítimas e pacientes para mapear locais de consumo. A Polícia Civil conduz inquérito criminal sobre a origem das bebidas e a cadeia de adulteração.
No caso específico de São Bernardo, o estabelecimento onde a vítima teria consumido a bebida foi alvo de interdição cautelar no início de outubro durante ações conjuntas com a Vigilância Sanitária. As autoridades reforçaram orientações para que a população verifique a procedência dos destilados, evite compras informais e denuncie suspeitas.
No último balanço, a morte de Bruna permaneceu como o único óbito com confirmação laboratorial por metanol em São Bernardo do Campo, enquanto outras mortes suspeitas seguiam sob análise. Em São Paulo, as investigações continuam para identificar a origem das bebidas contaminadas, a rota de distribuição e possíveis responsáveis pelas adulterações.
