Um homem manteve a esposa e a filha de dois anos como reféns dentro de casa, na manhã de segunda-feira (6 de outubro de 2025), em Ilhéus, no sul da Bahia. A ação, transmitida ao vivo pelas redes sociais, durou cerca de três horas e terminou com a rendição do suspeito após negociações com a Polícia Militar.
O episódio aconteceu no bairro Morada do Porto e mobilizou equipes da 70ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM). O homem, identificado pelo apelido “Nego”, estava armado e transmitia o crime em tempo real, fazendo ameaças contra as vítimas e contra os policiais que cercavam o imóvel.
Durante a transmissão, que chegou a ser acompanhada por milhares de pessoas, a mulher aparecia com a criança no colo, visivelmente abalada. O suspeito exigia que a polícia se afastasse e pedia a presença de jornalistas. Em diversos momentos, ele afirmava que “preferia morrer a voltar para a cadeia” e chegou a disparar contra a parede do apartamento.
Segundo a PM, o homem invadiu o segundo andar de um condomínio residencial após uma discussão familiar. Os policiais perceberam a movimentação suspeita e cercaram o prédio. Durante as negociações, uma irmã do suspeito e um advogado participaram das conversas para tentar convencê-lo a liberar as reféns.
Após horas de tensão, o sequestrador exigiu um veículo para fugir, mas o pedido foi negado. Mesmo sob pressão, as equipes mantiveram o diálogo e, por volta do meio-dia, o homem se rendeu. As vítimas foram libertadas sem ferimentos físicos, embora muito abaladas emocionalmente.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) prestou atendimento no local. A mulher e a criança foram encaminhadas para avaliação médica e não precisaram de internação.
De acordo com a Polícia Militar, o suspeito já tinha passagens por homicídio e era investigado por envolvimento com um grupo criminoso de Salvador. Ele teria fugido da capital baiana e se escondido em Ilhéus antes do episódio.
A transmissão do crime provocou grande repercussão nas redes sociais, com internautas acompanhando a situação em tempo real. Moradores relataram medo e apreensão durante o cerco policial. As autoridades reforçaram o alerta sobre o uso irresponsável das plataformas digitais para exibir atos criminosos, que podem aumentar o risco para vítimas e agentes de segurança.
O caso foi encaminhado à Delegacia Territorial de Ilhéus, onde o homem permanece preso à disposição da Justiça.