O Exército dos Estados Unidos pode passar a contar com um Veículo Blindado Multiuso (AMPV) com capacidades autônomas já a partir de 2026. A novidade vem de uma parceria entre a BAE Systems e a Forterra, que dizem estar acelerando o desenvolvimento ao combinar produção de veículos com tecnologia autônoma.
O que está sendo feito
As empresas querem equipar o chassi modular do AMPV com um kit de autonomia baseado no sistema full-stack AutoDrive. A ideia é manter a mobilidade e os níveis de proteção do veículo enquanto acrescenta funções como detecção e engajamento de drones, navegação terrestre autônoma e operação de torres sem tripulação.
Segundo a Forterra, o kit foi projetado para ser compatível com outras plataformas usadas pela Brigada de Combate Blindada, como o Bradley A4 e o M109A7 Paladin Self-Propelled Howitzer. Em outras palavras: não é só um protótipo isolado, mas algo pensado para se encaixar na frota existente.
Por que isso importa
Por que seguir esse caminho? Porque, na visão das empresas, sistemas autônomos deixam as tropas com mais opções e menos exposição a riscos previsíveis. Como disse um executivo da BAE, a parceria não é apenas discurso — é trabalho prático para oferecer opções reais ao Exército.
A Forterra acrescenta que o AutoDrive fornece a infraestrutura necessária para sustentar o conjunto de capacidades no veículo, permitindo operações mais conectadas e inteligentes no campo.
Desenvolvimento e testes
Nos últimos dois anos, a BAE instalou e demonstrou cinco protótipos diferentes de torres — entre eles uma torre com morteiro modular e sistemas de armas não tripulados de 30 mm — todos baseados em arquitetura modular aberta. Além disso, a empresa já obteve, em agosto de 2023, um contrato de produção em larga escala para continuar a fabricar a família AMPV.
O programa AMPV foi concebido para substituir a família de veículos M113 e é peça-chave para a capacidade da Equipe de Combate da Brigada Blindada (ABCT). Os veículos atuarão em conjunto com o M1 Abrams e o M2 Bradley.
A linha do AMPV inclui cinco variantes multimissão:
- Uso Geral
- Transportador de Morteiros
- Comando de Missão
- Tratamento Médico
- Evacuação Médica
As empresas afirmam que os protótipos autônomos e a integração das capacidades visam viabilizar a plataforma para o Exército a partir de 2026, seguindo o contrato de produção já concedido.
Em resumo: trata-se de unir plataformas já consolidadas com camadas de autonomia para ampliar opções operacionais — um passo planejado para tornar a frota mais flexível e preparada para ameaças em evolução.