Medição da pressão em casa virou um hábito comum e muito útil para acompanhar a saúde cardiovascular. Mas, assim como uma balança desregulada atrapalha o controle do peso, um aparelho fora da calibração pode distorcer as leituras e interferir na avaliação médica.
Como ter certeza de que o aparelho está correto? A resposta esteve quase sempre fora do domicílio: a calibração precisava ser feita por laboratórios e oficinas credenciados pelo Inmetro e pelos Institutos de Pesos e Medidas (Ipem), que confrontavam as leituras com um equipamento de referência — normalmente o esfigmomanômetro de mercúrio, considerado padrão‑ouro — e ajustavam o mecanismo quando havia diferença.
Modelos que mais exigiam atenção
O esfigmomanômetro aneroide (o de ponteiro) foi o que mais exigiu verificação técnica porque, com o tempo, seu mecanismo interno podia perder precisão. Antes de serem comercializados, os aparelhos aprovados recebiam um selo de verificação inicial emitido pelo Inmetro.
Periodicidade da verificação
O intervalo para checagens variou conforme o uso:
- uso clínico (consultórios, hospitais e farmácias): a cada 6 a 12 meses, dependendo da intensidade do uso;
- uso doméstico: a cada 12 a 18 meses, ou sempre que houvesse suspeita de erro nas medições.
Aparelhos digitais e o que você podia fazer em casa
Nos modelos digitais, automáticos ou semiautomáticos, o usuário não podia mexer no ajuste interno. A calibração só era viável por meio do fabricante ou de assistência técnica autorizada. Em casa, o que se recomendava era comparar a leitura com a de um equipamento validado em consultório ou farmácia — diferenças superiores a ±3 mmHg sinalizavam possível descalibração.
Em muitos aparelhos eletrônicos a recalibragem não era possível, o que obrigava a substituição do equipamento quando apresentavam erro persistente.
Como garantir confiança nas medições
Para ter mais segurança, verificava‑se o selo do Inmetro, consultava‑se o manual do fabricante e encaminhava‑se o aparelho a laboratórios autorizados para confirmar a conformidade com os padrões exigidos.
Em resumo: a responsabilidade pela calibração ficou com serviços técnicos credenciados. Quem mediu a pressão em casa adotou como prática comparar periodicamente os resultados com medições de consulta médica e buscar assistência autorizada diante de qualquer discrepância.