Pernambuco investiga três casos suspeitos de intoxicação por metanol no Agreste, com duas mortes e uma perda de visão. As ocorrências envolveram moradores de Lajedo e João Alfredo e foram notificadas pelo Hospital Mestre Vitalino, em Caruaru. A Polícia Civil apura a origem das bebidas consumidas e a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) ampliou a fiscalização em depósitos e pontos de venda de destilados na região.
Segundo a apuração, os casos suspeitos são: Celso da Silva, 43 anos, de Lajedo, que foi internado em 2/9 e morreu em 9/9; Marcelo dos Santos Calado, 32, também de Lajedo, internado em 4/9 e liberado em 23/9 com perda de visão; e um homem de 30 anos, de João Alfredo, que morreu em 30/9 após internação no dia 26/9. A Polícia Civil também atribui a uma possível intoxicação a morte de Jonas da Silva Filho, de Lajedo, em 29/8, antes de transferência ao Mestre Vitalino; este óbito não consta entre as três notificações oficiais da SES-PE por não ter dado entrada no hospital de referência.
O delegado de Lajedo, Cledinaldo Orico, informou haver indícios de que garrafas de uísque adquiridas para revenda em um caminhão em Belo Jardim tenham sido consumidas por três pessoas durante um festival de rock em Lajedo, resultando em duas mortes e uma sequela visual. Garrafas suspeitas foram entregues à polícia pela esposa de uma das vítimas e encaminhadas à perícia. A Polícia Civil requisitou prontuários de unidades municipais e mantém contato com autoridades de São Paulo para verificar conexões entre casos. A confirmação da causa depende de exames laboratoriais em andamento.
A Apevisa coordena operação conjunta com Procon, Ministério Público e Ministério da Agricultura para coletar amostras, interditar lotes suspeitos e intensificar as vistorias. Em paralelo, São Paulo registra ações de fiscalização e apreensões em bares e depósitos, com casos e mortes relacionados à suspeita de metanol sob investigação, segundo autoridades estaduais e reportagens recentes.
O metanol não é destinado ao consumo humano e pequenas quantidades podem causar náuseas, vômitos, dor abdominal, sonolência, turvação visual, fotofobia, convulsões, cegueira e morte. As autoridades recomendam comprar bebidas apenas em locais confiáveis, verificar lacres e rótulos, exigir nota fiscal, checar registro no MAPA e desconfiar de preços muito abaixo do mercado. Em caso de suspeita de intoxicação, o atendimento é de emergência. O CIATox-PE funciona 24h no 0800 722 6001; denúncias podem ser feitas à Ouvidoria da SES (136), ao Procon-PE (0800 282 1512) e à Delegacia de Crimes contra o Consumidor ((81) 3184-3835).
As perícias nas garrafas apreendidas e nos materiais biológicos das vítimas seguem em andamento; os laudos vão indicar a presença de metanol e a eventual origem das bebidas adulteradas.