No desfile militar em Pequim que marcou o 80.º aniversário da vitória sobre o Japão, a China mostrou um novo sistema a laser naval: o LY-1. A mídia estatal afirmou que o equipamento tem entre 180 e 250 quilowatts e seria capaz de derrubar drones e mísseis em pleno voo.
O que foi apresentado
As informações oficiais descreveram o LY-1 como uma espécie de “última linha de defesa” para navios, pensado para se integrar às camadas já existentes de defesa aérea. Disseram também que o custo por disparo seria baixo e que o sistema usa uma lente de abertura aproximadamente duas vezes maior que a do sistema americano HELIOS. A estrutura foi apresentada como modular — em teoria, seria possível aumentar a potência acrescentando módulos, como se montasse peças para ampliar uma máquina.
O que ainda não foi mostrado
Não houve anúncio sobre em quais navios o LY-1 será instalado, nem foram divulgados testes públicos em condições de combate. Mas há provas públicas de que o armamento opera exatamente como anunciado?
Especialistas consultados por veículos internacionais alertaram que não existe, até agora, comprovação pública de que o sistema funcione na prática conforme as declarações das fontes estatais. Isso contrasta com a maior transparência registrada em alguns testes americanos.
Comparação rápida com os Estados Unidos
Os Estados Unidos já colocaram em serviço o sistema HELIOS (High Energy Laser with Integrated Optical-dazzler and Surveillance). Em 2022, uma versão com mais de 60 kW foi instalada no destróier USS Preble; a Marinha americana confirmou que o HELIOS derrubou um drone durante um exercício em 2024. Washington também vinha desenvolvendo o demonstrador Laser Weapon System Demonstrator de 150 kW como parte de seus projetos de energia dirigida.
O desfile chinês exibiu ainda um tanque remoto descrito como “inteligente” e mísseis de longo alcance — movimentos que analistas interpretaram como parte da estratégia de Pequim para reduzir a vantagem militar dos Estados Unidos na região do Indo-Pacífico e projetar poder além de suas fronteiras.
“o país ‘não se intimida com nenhum agressor’”, disse o presidente Xi Jinping.
Resumo rápido
- A China apresentou o LY-1 no desfile em Pequim.
- Fontes estatais citaram potência entre 180–250 kW e capacidade para derrubar drones e mísseis.
- Não houve divulgação pública de testes em combate nem de plataformas onde será instalado.
- Evidências públicas de funcionamento conforme anunciado ainda não foram apresentadas.
Sem um cronograma público de testes ou implantação, a eficácia do novo equipamento segue sem comprovação pública. A reportagem também utilizou informações do Interesting Engineering e do Navy Times.