Nilton Rasta, referência da cultura afro-feirense em Feira de Santana (BA), morreu na segunda‑feira (29). Tinha 63 anos e lutava contra um câncer de próstata diagnosticado em 2024. Seu nome de batismo era José Ivanito de Jesus Portela.
Quem foi Nilton
Nilton era percussionista, compositor, artesão, capoeirista e músico do Afoxé Pomba de Malê. Para muita gente da cidade — a chamada Princesa do Sertão — ele era uma presença central: pai de oito filhos e inspiração para quem participa da vida cultural local.
O adeus
Como se despede alguém que fez da cultura um jeito de viver? O sepultamento no Cemitério São João Batista reuniu familiares, amigos e admiradores em forte comoção. O cortejo foi acompanhado pelo som do berimbau e dos tambores, e o Afoxé Pomba de Malê, grupo que Nilton ajudou a difundir, tocou em homenagem ao que chamavam de “irmão de caminhada”. O veículo de comunicação parceiro Acorda Cidade também esteve presente.
O Afoxé Pomba de Malê completaria 40 anos em 2025 — e participou da despedida com as mesmas batidas que marcaram a trajetória do homenageado.
“Ele estudava a Rua Nova já tem vários anos. Ele falava como foi criada, o porquê do nome, quem era a dona da fazenda. Todo esse legado ele deixa,” disse Guilherme Oliveira ao Acorda Cidade.
“Ele trazia muitos aspectos importantes para a gente refletir sobre a conjuntura política, cultural, tanto da cidade quanto do país. Era um homem muito antenado, um homem à frente de todo o seu tempo. Vai para além do expoente artístico, mas do ser humano. Nilton era aquela figura emblemática, complexa, múltipla, com a cabeça cheia de ideias e um coração enorme,” afirmou Hely Pedreira.
A partida de Nilton Rasta foi recebida como uma perda significativa para a cena cultural de Feira de Santana. Seu legado segue nas ruas, nos batuques e nas memórias de quem caminhou ao seu lado.