A OpenAI registrou receita de cerca de US$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, um avanço de 16% ante o mesmo período do ano anterior. Esse crescimento foi puxado por serviços como o ChatGPT e teve repercussão global — inclusive no Brasil e na Bahia.
Mas o que isso significa na prática para as finanças da empresa?
Resultados financeiros
Apesar da receita robusta, os gastos também foram altos. Nos primeiros seis meses de 2025 a OpenAI reportou cerca de US$ 2,5 bilhões em custos operacionais e investiu aproximadamente US$ 6,7 bilhões em pesquisa e desenvolvimento — recursos aplicados no aperfeiçoamento de modelos e na operação contínua do ChatGPT. Ao fim do semestre, a empresa tinha por volta de US$ 17,5 bilhões em caixa e em títulos de investimento.
Principais números do período:
- Receita: US$ 4,3 bilhões (1º semestre de 2025).
- Custos operacionais: US$ 2,5 bilhões.
- P&D: US$ 6,7 bilhões.
- Caixa e investimentos: US$ 17,5 bilhões.
Planos, captações e parcerias
Para o ano, a empresa manteve metas ambiciosas: projetou gerar US$ 13 bilhões em receita em 2025 e estimou uma queima de caixa de cerca de US$ 8,5 bilhões. Em agosto, reportagens também mencionaram uma possível venda de ações em estágio inicial para permitir que funcionários liquidem participações — essa operação poderia situar a avaliação da OpenAI perto de US$ 500 bilhões.
Parcerias estratégicas ganharam destaque: a fabricante de chips Nvidia anunciou intenção de investir até US$ 100 bilhões e de fornecer processadores para data centers. Acordos relacionados à construção de grandes centros de dados foram negociados com a Oracle, que assinou um contrato de fornecimento de infraestrutura estimado em US$ 300 bilhões ao longo de cinco anos.
Riscos e contexto macro
Analistas apontaram riscos financeiros desses megaprojetos. A Oracle registrava cerca de US$ 82 bilhões em dívidas de longo prazo e uma relação dívida/patrimônio líquido em torno de 450%. De acordo com a análise citada no relatório, para justificar os aportes previstos a receita da OpenAI teria de subir de aproximadamente US$ 12 bilhões para mais de US$ 300 bilhões anuais até 2030 — um crescimento muito acelerado.
O documento também colocou a expansão da IA em um quadro fiscal mais amplo. Nos Estados Unidos, a dívida pública já havia ultrapassado US$ 36 trilhões, equivalente a cerca de 120% do PIB. Ainda assim, os analistas destacaram oportunidades em setores como energia nuclear, biotecnologia e defesa, que atraem novos aportes públicos e privados.
O que acompanhar
As projeções financeiras, as negociações de captação e as parcerias com fornecedores de infraestrutura seguem como pontos-chave a serem monitorados até o fim de 2025. Os desdobramentos podem ter impacto tanto para empresas quanto para políticas públicas, no Brasil e na Bahia.