Em entrevista à News Nation no sábado (27), o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, afirmou que é preciso “consertar” alguns países — entre eles o Brasil, a Suíça e a Índia — e disse que as tarifas aplicadas pelos EUA serão mantidas enquanto esses mercados não forem abertos.
O que ele disse
Na conversa, Lutnick foi direto ao ponto: “Esses são países que precisam reagir corretamente aos Estados Unidos. Abrir seus mercados, parar de tomar ações que prejudiquem os Estados Unidos, e é por isso que estamos em desvantagem com eles.”
Ele também deixou clara a condição para a retirada das medidas: “Se querem vender para os consumidores americanos, é preciso negociar com o presidente dos Estados Unidos.”
Números citados
Lutnick mencionou a Suíça como exemplo de país pequeno e rico, apontando um alegado déficit comercial com os EUA de US$ 40 bilhões (R$ 213,7 bilhões). “Sabe por que eles são um pequeno país rico? Porque nos vendem US$ 40 bilhões a mais em produtos”, disse ele.
Esses dados foram contrapostos ao saldo entre EUA e Brasil em 2024: os americanos registraram superávit de US$ 28,6 bilhões (R$ 152,8 bilhões) na relação bilateral de bens e serviços.
Medidas e calendário
O Brasil foi incluído, em agosto, no chamado “tarifaço” de 50% aplicado pelos EUA a produtos de vários países. Lutnick foi a autoridade que citou o Brasil explicitamente entre as nações que precisam ser “consertadas” — e que não entraram na nova rodada de tarifas anunciada pela administração Trump.
A partir de 1º de outubro, foram anunciadas penalizações que variam de 25% a 100% para setores como:
- medicamentos;
- caminhões pesados;
- móveis;
- utensílios domésticos.
O que isso significa na prática
Em termos práticos, as tarifas permanecerão em vigor até que os países-alvo aceitem abrir seus mercados e aceitar negociar nos termos exigidos pelos EUA, segundo Lutnick. Ou seja: a disputa comercial continua condicionada a acordos que, na visão dele, envolvem uma negociação direta com a presidência americana.
Resta acompanhar se haverá abertura nas negociações e como as medidas impactarão empresas e consumidores dos países citados.