Manhã de cobrança em Patamares: moradores do Alphaville e bairros vizinhos se reuniram neste domingo (28) na Avenida Pinto de Aguiar, em Salvador, preocupados com o futuro do Vale Encantado.
Por que protestaram?
O temor é simples e direto: uma emenda à Louos poderia reduzir os limites da Área de Proteção Ambiental (APA) do Vale Encantado para abrir espaço a um sistema viário. A mudança foi discutida após a aprovação, na última quarta-feira (24), de alterações na Louos e no PDDU. Como a sessão na Câmara ocorreu de forma rápida, muita gente ficou em dúvida sobre o que exatamente havia sido aprovado.
O que está em jogo é a preservação de um território que moradores e ambientalistas consideram importante para a qualidade de vida local — e a insegurança levou à mobilização nas ruas.
Durante o ato, o líder do governo na Câmara, Kiki Bispo (União), tentou tranquilizar a população: “A emenda que estavam sugerindo alterar a vida do Vale Encantado não passou não. Podem ficar tranquilos. Quem está falando aqui é o líder do governo, Kiki Bispo, que está aqui deixando vocês tranquilos, a questão do Vale Encantado não passou”.
O coletivo SOS Vale Encantado organizou a manifestação e também cobrou um outro ponto importante: a assinatura do decreto que criaria o Refúgio de Vida Silvestre do Vale Encantado, reivindicação antiga de quem vive na região.
- Manutenção dos limites da APA do Vale Encantado.
- Assinatura do decreto de criação do Refúgio de Vida Silvestre.
Na mesma sessão de quarta-feira, os vereadores aprovaram quatro projetos do Executivo, entre eles a atualização da Louos e do PDDU. Segundo Kiki Bispo, as mudanças tiveram caráter emergencial para permitir investimentos em áreas que precisam de aporte — ele citou, como exemplo, intervenções para ampliar o polo industrial em Valéria.
O líder também afirmou que as emendas aprovadas ampliam a proteção do Vale Encantado e que, se houver pontos em desacordo, o prefeito poderá analisar e vetar posteriormente: “Foram votados dispositivos que visam aperfeiçoar algumas regiões… As emendas aprovadas ampliam a proteção do Vale Encantado. Se houver algum ponto em desacordo, tenho certeza que o prefeito poderá analisar e vetar posteriormente”.
Mesmo com a declaração da liderança governista, os organizadores mantiveram a mobilização. Agora, segundo a Câmara, o destino da proposta dependerá de análises posteriores do Executivo e de eventuais medidas administrativas.
Para moradores e ativistas, a mensagem foi clara: vão acompanhar de perto. A assinatura do decreto do refúgio e a garantia dos limites da APA seguem no radar — e a comunidade permanece vigilante.
