A China planejava criar centros de treinamento para robôs humanoides em cidades‑chave. O maior ficaria em Pequim, com mais de 10 mil metros quadrados, segundo reportagem do portal Interesting Engineering.
A proposta visava acelerar o aperfeiçoamento das máquinas por meio da coleta padronizada de dados. Em vez de cada empresa reunir informações de forma isolada, a ideia era centralizar a captação para obter conjuntos mais consistentes e em larga escala.
Como funcionariam esses centros?
Esses locais seriam, na prática, academias para robôs: ambientes que reproduzem situações do dia a dia para testar desempenho e gerar grandes volumes de dados de treinamento.
- Ambientes industriais para operação em linhas de produção;
- Áreas de varejo para interação com consumidores;
- Centros de serviços a idosos para testes de assistência;
- Residências inteligentes para integração com sistemas domésticos.
Segundo a publicação, concentrar a coleta ajudaria a reduzir inconsistências e custos, criando bases de dados de alta qualidade que fabricantes poderiam usar para aprimorar tecnologias.
A iniciativa fazia parte de uma política industrial mais ampla, em que governos locais competiam para atrair empresas e investimentos no setor de robótica. Projeções citadas indicaram que o mercado chinês poderia alcançar US$ 108 bilhões (cerca de R$ 578 bilhões) até 2028, ante US$ 47 bilhões (aproximadamente R$ 251 bilhões) no ano anterior.
Dados da Federação Internacional de Robótica mencionados na reportagem apontaram que a China já utilizava mais de 2 milhões de robôs em fábricas e havia adicionado, no ano anterior, mais de 300 mil dispositivos — número superior ao restante do mundo combinado. No mesmo período, os Estados Unidos disponibilizaram cerca de 34 mil máquinas.
A publicação também observou que a estratégia poderia ajudar Pequim a reduzir a diferença tecnológica em relação aos Estados Unidos, ao alinhar investimentos, infraestrutura de testes e padrões de dados para robôs humanoides.
Em resumo: a ideia era criar espaços grandes e padronizados para coletar dados melhores e, assim, impulsionar a indústria nacional de robótica.