Claudia Leitte explicou no Flow Podcast por que continuou atuando no axé mesmo depois de se declarar evangélica e de trocar o nome Iemanjá por Yeshua na música ‘Cata Caranguejo’. O caso virou um dos debates mais comentados sobre a música baiana no início de 2025.
Fé, trabalho e cultura
Ela afirmou que vê a música tanto como profissão quanto como parte da sua cultura. Lembrou também que outras pessoas do meio passaram por conversões sem receber a mesma pressão pública.
“Xanddy é cristão. Carla Perez é cristã. Tem uma galera que se converteu ao cristianismo. A gente trabalha. É o nosso trabalho e é a nossa cultura também. É a minha cultura”, disse a artista.
Houve um conflito interno logo após a conversão. Como conciliar fé e carreira? Segundo ela, foi um questionamento natural que, com o tempo, acabou fortalecendo suas convicções.
“Já existiu. É um questionamento massa, inclusive pra si mesmo. Porque faz você ficar mais no lugar onde tem que ficar: na sua fé. É um negócio muito doido, porque isso é desse tempo de agora, e eu sou cristã há muito mais tempo”, declarou ela.
Claudia também comentou a pressão externa — o choque entre o que se apresenta artisticamente e o que se professa — e destacou a importância de não deixar que as vozes de fora tomem conta da sua própria cabeça.
“É aprender a administrar as vozes que não são da sua cabeça. Porque quando elas passam a ser as vozes da sua cabeça, aí é que dá ruim”, afirmou a cantora.
Raízes e o próximo álbum
Prestes a lançar o sétimo álbum, ela disse que sua relação é com Jesus e que se sente à vontade para continuar cantando sobre a cultura baiana. Reforçou ter plena consciência de suas raízes e que a baianidade no seu trabalho vem da sua formação pessoal.
“Eu já tenho essa consciência em mim, sabe? Isso não me faz ser melhor do que ninguém. Me faz mais necessitada ainda dele… Eu nunca vivi em outro lugar. Eu não tenho nem culpa de ter tanta Bahia e tanta baianidade dentro de mim”, afirmou a cantora.
Em resumo: Claudia Leitte explicou que seguir no axé foi uma escolha ligada à profissão, à cultura e à fé — e que essa conciliação foi construída com tempo e reflexão.