O Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), em Natal (RN), confirmou que realizou um transplante de rim no paciente errado após confusão causada por nomes semelhantes de dois receptores que aguardavam na fila. O órgão era incompatível com o tipo sanguíneo do paciente que foi convocado equivocadamente. A unidade abriu procedimento interno de apuração com prazo de até 60 dias.
Segundo o hospital, o paciente apresentou reação após a cirurgia, foi encaminhado à UTI e, na sequência, passou por um novo procedimento para retirada do rim. O órgão não pôde ser aproveitado para o destinatário correto. De acordo com informações divulgadas pela imprensa local, o paciente deixou a UTI no domingo (22) e permanece em acompanhamento na enfermaria, com suporte clínico e psicológico oferecidos pela instituição.
A Central de Transplantes do Rio Grande do Norte informou que repassou ao hospital o nome correto do receptor indicado pela fila estadual. A coordenação destacou que cabe aos hospitais a convocação do paciente e a condução de todas as etapas pré-operatórias, enquanto a Central gerencia a lista e comunica as compatibilidades quando um órgão é disponibilizado.
Em comunicado, o HUOL afirmou ter adotado “todas as providências cabíveis”, incluindo o monitoramento integral do paciente e a abertura de investigação interna para revisar a cadeia de eventos do transplante. Reportagens também registram que o Sistema Nacional de Transplantes foi notificado pela instituição. A Polícia Civil informou que não houve registro de ocorrência do caso até o momento.
O paciente que recebeu o rim por engano, de 37 anos, voltou à fila de transplantes. A pessoa que deveria ter sido transplantada segue aguardando um novo órgão compatível. O HUOL, vinculado à UFRN e administrado pela Ebserh, ressalta ser referência regional em procedimentos renais e de córnea, com centenas de cirurgias realizadas desde 1998.
No momento, o hospital mantém a investigação aberta para apurar responsabilidades e revisar protocolos internos, enquanto os dois pacientes seguem na fila regular de transplantes e o caso permanece sob análise das instâncias competentes.