Em Nova York, ao final de compromissos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou com satisfação sobre o breve encontro que teve com o presidente norte-americano Donald Trump, logo após sua fala na Assembleia Geral da ONU.
O encontro
O aperto de mão foi curto, mas chamou atenção: Trump mencionou o episódio durante seu discurso, e Lula disse ter ouvido que “pintou uma química boa entre nós”. Foi uma cena rápida, entre a saída de um e a entrada do outro no púlpito.
O que isso significa para as relações entre Brasil e Estados Unidos? Para Lula, é um sinal de que vale a pena conversar — de forma direta e civilizada — sobre as divergências antes de tomar decisões bilaterais.
O tom da conversa
O presidente deixou claro que tratará Trump com o respeito devido a um chefe de Estado e espera o mesmo em retorno. Ele também afirmou que parte dos mal-entendidos acontece por falta de informação correta sobre o Brasil e que, quando Trump estiver melhor informado, pode rever posições. Nas palavras de Lula: “Eu acho que ele está mal informado com relação ao Brasil, e possivelmente isso tenha levado ele a tomar algumas decisões que não são aceitáveis… Na hora que a gente tiver o encontro eu acho que tudo isso ficará resolvido”.
Lula disse esperar uma conversa “como seres humanos civilizados” e destacou a necessidade de diálogo para enfrentar conflitos, sem espaço para brincadeira.
Assuntos sobre a mesa
Além do tom, há conteúdo: Brasil e Estados Unidos são, segundo ele, as duas maiores democracias e economias do continente, com interesses em comum que vão desde negócios e indústria até tecnologia, ciência e comércio. Entre esses pontos, Lula manifestou o desejo de construir uma agenda positiva entre os dois países.
- Respeito institucional entre chefes de Estado;
- Esclarecimento de informações sobre o Brasil;
- Debates sobre comércio, tecnologia e ciência;
- Busca por uma pauta bilateral positiva.
Próximos passos
O presidente comentou a possibilidade de um encontro já na próxima semana e disse esperar que, quando isso acontecer, muitos dos impasses possam ser resolvidos. “Quem sabe dentro de alguns dias a gente possa se encontrar e fazer uma pauta positiva entre Estados Unidos e Brasil”, afirmou.
A declaração, dada em Nova York, repercutiu em todo o país — incluindo a Bahia — e agora autoridades e analistas ficarão de olho no possível encontro para avaliar os desdobramentos nas relações bilaterais.