A RAAF e a Boeing convidaram jornalistas selecionados para voos de demonstração do MQ-28 Ghost Bat na Austrália, depois que o desenvolvimento foi concluído em abril deste ano. A ideia era mostrar na prática o que a aeronave já é capaz de fazer.
Testes e capacidade operacional
O programa começou há seis anos e passou por mais de 150 horas de ensaios em voo e cerca de 20.000 horas de simulação. O primeiro protótipo foi entregue em maio de 2020 e fez o voo inaugural em fevereiro de 2021. Desde então, oito unidades do Block 1 foram entregues à Força Aérea Real Australiana.
As campanhas de teste mostraram várias habilidades importantes:
- operações autônomas;
- missões conjuntas com caças;
- integração com o avião de alerta aéreo E-7A Wedgetail;
- capacidade de compartilhar dados em rede com outras aeronaves, recurso central para que atue como um agregador de informações.
Especificações principais
O Ghost Bat tem 11,7 m de comprimento e envergadura de 7,3 m. É movido por um turbofan Williams FJ33 e oferece alcance superior a 3.700 km. A ponta da aeronave foi projetada para receber sensores de reconhecimento ou sistemas de armas, aumentando sua flexibilidade em diferentes missões.
Próximos passos
Com as fases atuais concluídas, o plano é avançar para o Block 2, previsto para poder receber armamentos a partir do fim de 2025. O projeto também despertou interesse externo: há negociações em andamento com a Polônia e estudos para uma versão naval destinada à Marinha dos Estados Unidos.
O que isso significa?
Com tantas horas de voo e de simulação acumuladas, as autoridades de defesa dizem que o MQ-28 pode entrar em emprego operacional em poucos meses. Isso marca uma mudança estratégica para a Austrália — não apenas para defender sua costa norte, mas também para projetar poder num cenário internacional cada vez mais instável.
Em resumo: o Ghost Bat saiu do laboratório e começa a ocupar um papel real na defesa, com capacidade técnica e caminhos claros para evoluir nos próximos anos.