O armazenamento digital voltou a crescer nos últimos meses, impulsionado pelo avanço da inteligência artificial. Fabricantes relataram um aumento claro na demanda: a Western Digital disse que os embarques chegaram a 190 exabytes, um salto de 32% em relação ao ano anterior — efeito sentido mundo afora, até em municípios como Paulo Afonso, na Bahia.
O que é um HD, afinal?
O disco rígido, ou HD, é o lugar onde muitos de nós guardamos fotos, vídeos e documentos. Ele aparece em vários equipamentos do dia a dia, como:
- PCs e notebooks
- consoles de videogame
- servidores em data centers
Apesar de existirem alternativas (como armazenamento em nuvem ou SSDs), muitos volumes enormes de dados ainda ficam em HDs por custo e praticidade.
O setor já havia vivido um grande pico durante a pandemia, quando ficar em casa aumentou a necessidade por espaço. Depois, com a normalização, a demanda caiu — a consultoria Gartner estimou que a receita global de discos rígidos caiu cerca de 30% em 2023.
Agora, a onda da IA reacendeu essa necessidade. Modelos e testes de IA exigem conservar enormes quantidades de dados para treino e validação, e muitos desses arquivos não são apagados após o processamento. Além disso, o uso intenso de ferramentas de IA vem gerando um volume enorme de arquivos em formatos variados: texto, imagens e, cada vez mais, vídeo. Como exemplo da pressão sobre a capacidade de armazenamento, o Google informou que usuários da ferramenta Flow criaram 100 milhões de vídeos de IA nos três meses desde o lançamento em maio.
Como consequência, a Gartner projetou que a receita global do mercado de discos rígidos deve se aproximar de US$ 24 bilhões (cerca de R$ 128 bilhões) no próximo ano — um valor próximo ao dobro do registrado em 2023, refletindo a demanda renovada pelo boom da inteligência artificial.
Em resumo: a IA não só exige mais processamento, como também mais espaço para guardar os resultados. Para servidores e centros de dados, isso significa mais investimentos em capacidade; para quem consome conteúdo, a mudança é menos visível, mas já está por trás do crescimento que vemos nos bastidores digitais.