Uma comitiva da TIC Bahia, sediada em Feira de Santana (BA), foi a Brasília na última quinta-feira (17) para buscar investidores para o projeto da ferrovia Salvador–Feira de Santana, orçado em R$ 6,8 bilhões.
O encontro
O grupo foi formado pelo engenheiro e sócio Danilo Ferreira e pelo sócio Oswaldo Otan. Em Brasília, eles se reuniram com o embaixador da Rússia, Alexey Labetskiy. Segundo Danilo, em entrevista ao Bahia Notícias, o diálogo foi proveitoso e o embaixador demonstrou interesse em conhecer melhor os projetos.
“Visitamos a embaixada da Rússia e tivemos uma proveitosa conversa com o embaixador, que demonstrou total interesse em avançar com o conhecimento dos projetos. A posição do embaixador é de que a Rússia tem interesse em investir em infraestrutura nacional”, disse o engenheiro ao BN.
De acordo com a TIC Bahia, existem possibilidades concretas de participação de empresas russas de tecnologia e de investimentos. A visita teve, justamente, o objetivo de mapear alternativas de financiamento para viabilizar a obra.
O projeto
O plano prevê uma linha férrea de 98 quilômetros ligando Salvador a Feira de Santana. A ideia é transportar passageiros e cargas em cerca de 35 minutos, com velocidades de até 160 km/h. Serão 10 paradas no total — 8 para passageiros e 2 para cargas.
Financiamento e responsabilidades
A TIC Bahia figura como autorizatária do empreendimento e, por isso, não precisou participar de concorrência pública, conforme a legislação aplicável. Ainda assim, caberá à empresa o custeio do projeto executivo e das obras, nos termos da Lei das Ferrovias, sancionada em 2021. O poder público, por sua vez, manterá atribuições de regulação, fiscalização e outorga de autorizações.
Como próximos passos, a companhia aguarda autorização do governo federal — em especial do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT) — e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para iniciar o projeto executivo.
- Após a liberação: obtenção de licenças ambientais.
- Em seguida: processos de desapropriação necessários.
- Só então: início das obras.
Se tudo andar conforme previsto, a ferrovia pode encurtar distâncias e tempo de viagem entre as cidades. Agora resta acompanhar as autorizações e as licenças para saber quando as obras realmente começam.