Esta semana a startup Space Pioneer, com sede em Pequim, na China, realizou um teste bem-sucedido do veículo de lançamento Tianlong-3 em uma plataforma offshore na província de Shandong. Segundo a empresa, os motores produziram cerca de 1.102 toneladas de empuxo — um ensaio que ela descreveu como um passo decisivo rumo ao voo inaugural.
O teste e o foguete
O Tianlong-3 tem 72 metros de altura e foi concebido como um foguete parcialmente reutilizável de porte médio, com capacidade estimada entre 17 e 18 toneladas para órbita baixa da Terra. É um desempenho próximo ao do Falcon 9, da SpaceX, que pode levar até 22 toneladas. O desenvolvimento começou em 2022 e a startup afirma que o primeiro voo deve acontecer ainda este ano, com a ambição de realizar mais de 30 missões anuais a baixo custo.
Em relação ao teste, a empresa chamou o ensaio de “teste terrestre mais complexo e desafiador no desenvolvimento de foguetes”, e disse também que foi um “grande exame” para o veículo e a equipe.
Objetivo: constelações de satélites
O projeto do Tianlong-3 tem como foco lançar lotes de satélites de internet — até 36 por lançamento — para abastecer principalmente as constelações chinesas Guowang e Qianfan, planejadas para juntos implantarem mais de 13.000 satélites.
O caminho até aqui nem sempre foi tranquilo: no ano passado, o Tianlong-3 sofreu uma queda em uma região de colinas durante um teste de disparo estático. A Space Pioneer atribuiu o incidente a uma conexão defeituosa entre o veículo e a plataforma de teste, e desde então vem retomando os ensaios.
Outros avanços no setor chinês
O ecossistema espacial comercial da China também teve movimentos recentes. A privada LandSpace testou em junho o foguete Zhuque-3; o CEO Zhang Changwu afirmou que a estreia orbital poderia acontecer até novembro. Já o veículo estatal Long March-12A, desenvolvido pela Academia de Tecnologia de Voos Espaciais de Xangai, fez seu primeiro voo em novembro de 2024 e um segundo em agosto deste ano, com capacidade de até 12 toneladas para órbita baixa.
No lançamento mais recente do Long March-12A foram colocados em órbita satélites da comercial GalaxySpace, de Pequim, cuja produção usa robôs de montagem e plataformas de software avançadas. Observadores internacionais apontam que, embora a SpaceX siga na frente, a distância tecnológica para concorrentes privados e estatais chineses tende a diminuir à medida que esses testes e estreias se aceleram.
O que isso significa para o mercado
Por que isso importa? Para leitores na Bahia — e para especialistas em telecomunicações e logística espacial — o avanço pode ampliar a oferta de lançamentos comerciais e influenciar a competitividade do mercado global de satélites de comunicação. Em resumo: acompanham-se as sequências de testes e as datas previstas para voos inaugurais como desdobramentos que precisarão ser confirmados nos próximos meses.