Na manhã desta quarta-feira (17), a Polícia Federal (PF) cumpriu 22 mandados de prisão e 79 de busca e apreensão em Belo Horizonte e em outras regiões de Minas Gerais, durante uma operação que investigou fraudes no licenciamento ambiental no setor de mineração.
Segundo a PF, a apuração identificou uma organização criminosa formada por mais de 40 empresas, com destaque para a holding Minerar S/A, dedicada à extração de minério de ferro em áreas consideradas críticas no estado.
O esquema
A suspeita é de que o grupo obtinha autorizações e licenças por meio do pagamento de propina a agentes públicos federais e estaduais. Em termos simples: permissões foram supostamente manipuladas para viabilizar atividades que, em condições normais, seriam barradas ou exigiriam controles mais rígidos.
Como isso ocorria na prática? As investigações apontam que licenças foram concedidas para exploração e manejo de minérios em áreas tombadas, próximas a unidades de conservação e em zonas com elevado risco de desastres ambientais — locais onde a atividade minerária pode causar danos graves.
Entre os alvos de prisão preventiva estavam empresários apontados como líderes e articuladores do esquema:
- Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do esquema;
- Helder Adriano de Freitas, sócio de Alan na Gutesiht Mineração e acusado de articular com servidores públicos para manipular licenças;
- João Alberto Paixão Lages, também sócio na mesma companhia e investigado por participação nas negociações.
A Justiça determinou ainda o bloqueio de bens dos investigados no valor de R$ 1,5 bilhão, medida destinada a resguardar recursos que possam responder por eventuais danos e irregularidades.
As apurações continuam em andamento, com a investigação criminal prosseguindo e novas medidas judiciais e cautelares sendo adotadas conforme o caso evolui.