Guilherme Bellintani, ex-presidente do Esporte Clube Bahia e responsável pela negociação da venda da SAF ao Grupo City, publicou um vídeo nas redes sociais em que explica, de forma direta, o que considera essencial para uma boa SAF no Brasil.
No mesmo vídeo, ele apresentou a rede multiclubes que passou a coordenar, com equipes em diferentes estados:
- Londrina, no Paraná
- Linense, em São Paulo
- VF4, na Paraíba
- Ypiranga, em Salvador, na Bahia
- Conquista, em Vitória da Conquista, na Bahia
Os três pilares
Bellintani destacou três pilares que, segundo ele, definem uma SAF bem-estruturada: capacidade financeira, visão estratégica do futebol e gestão de médio e longo prazo.
- Capacidade financeira — o sócio investidor precisa aportar recursos equilibrados para viabilizar o desenvolvimento do clube ao longo do tempo.
- Visão estratégica do futebol — é importante que quem entra já entenda o funcionamento do futebol, não apenas o mercado financeiro.
- Gestão de médio e longo prazo — preocupação com dívidas, investimento em infraestrutura e a contratação de executivos competentes.
Sobre esses pontos, Bellintani afirmou: “Primeira, capacidade financeira. O sócio investidor, ele chega para aportar um recurso necessário, equilibrado para o desenvolvimento de médio e longo prazo do clube. Dois, visão estratégica do futebol. É alguém que já trabalha com futebol… E terceiro, visão e gestão de médio e longo prazo. Está se preocupando com dívida, vai investir em infraestrutura, está trazendo executivos capazes de fazer um bom gerenciamento”.
Ele também observou que, no Brasil, os projetos de SAF têm combinado esses três blocos de maneiras muito diferentes — desde operações com capital inicial elevado e gestão sólida até iniciativas com boa visão de longo prazo, mas sem experiência no futebol. Em alguns casos, segundo Bellintani, houve apresentação enganosa de capacidade financeira e administrativa. “Tem SAF que não tem dinheiro, fingiu que tem, não tinha experiência no futebol, mas fingiu que tinha, e não tinha visão de médio e longo prazo e fingiu que tinha. Essa daí já não é SAF, uma safadeza, é o que eu costumo dizer”.
Na conclusão do vídeo, ele reafirmou que não existe uma SAF ideal, apenas projetos que conseguem reunir níveis razoáveis desses três elementos e, assim, enfrentar problemas comuns como endividamento, falta de infraestrutura e a necessidade de executivos qualificados.
Não foram anunciados, no vídeo, desdobramentos ou medidas futuras relacionadas às SAFs ou à gestão dos clubes da rede. Resta a pergunta: será que os projetos em curso vão conseguir equilibrar esses três pilares na prática?