O humorista Marcelo Alves dos Santos, de 41 anos, vai a julgamento no dia 31 de outubro, acusado de matar a jovem modelo e ex-miss Raíssa Suellen Ferreira da Silva, de 23 anos. O processo tramita no Tribunal de Justiça do Paraná e também envolve o filho de Marcelo, Dhony de Assis, denunciado por participação na ocultação do corpo.
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Paraná, Marcelo responde por feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual. Dhony foi acusado de fraude e ocultação. A audiência de instrução contará com depoimentos das partes e de testemunhas, antes da definição sobre a realização de um júri popular.
O caso
Raíssa Suellen, natural de Paulo Afonso (BA), foi coroada Miss Serra Branca Teen em 2020 e morava em Curitiba havia três anos. Em 2 de junho de 2025, ela desapareceu após ser vista deixando sua residência com Marcelo. O corpo foi localizado oito dias depois, enterrado em uma área de mata em Araucária, na região metropolitana da capital paranaense.
Segundo a investigação, Marcelo atraiu Raíssa com a promessa de um emprego em Sorocaba (SP). No depoimento, ele admitiu que a oferta era falsa e que, ao levá-la para sua casa, se declarou para a jovem. Diante da negativa, afirmou que teria se descontrolado e cometido o crime por estrangulamento com uma abraçadeira plástica.
Após a morte, Marcelo contou com a ajuda do filho para transportar o corpo, que foi enrolado em uma lona e escondido em um matagal. Durante as buscas, familiares relataram que o humorista chegou a participar das investigações, oferecendo hospedagem para a família da vítima em Curitiba, o que reforçou para a polícia a suspeita de dissimulação.
Mensagens e áudios recuperados revelaram que Marcelo tentou criar um falso álibi, pedindo que Raíssa “aparecesse” dias após a morte dela. Para a polícia, a atitude fez parte de uma tentativa de enganar familiares e retardar o andamento do inquérito.
Amigas descreveram a jovem como dedicada e sonhadora, com o desejo de seguir carreira em teatro, canto e moda.
Marcelo permanece preso preventivamente, enquanto Dhony responde em liberdade. O julgamento previsto para 31 de outubro será decisivo para definir se os acusados irão a júri popular.