O caso Isabella Nardoni, que marcou o Brasil em 2008, pode ganhar novos desdobramentos quase duas décadas após a morte da menina de 5 anos. Uma denúncia protocolada pela Associação do Orgulho LGBTQIAPN+ no Ministério Público de São Paulo (MPSP) pede a investigação de Antônio Nardoni, avô paterno de Isabella.
Segundo o documento, uma policial penal relatou ter ouvido de Anna Carolina Jatobá, madrasta da vítima e condenada pelo crime, que o sogro teria participado diretamente da ação que resultou no assassinato da criança. A servidora, entretanto, teme sofrer represálias e não formalizou a denúncia pessoalmente.
A nova acusação sugere que Antônio Nardoni teria colaborado de forma consciente para acobertar os réus, ajudando na criação de um álibi e, possivelmente, atuando de forma instigadora ou efetiva no momento em que Isabella foi jogada pela janela do sexto andar do Edifício London, na Vila Guilherme, zona norte de São Paulo, ainda com sinais vitais.
Repercussão
O deputado suplente Agripino Magalhães Júnior, presidente da associação que apresentou a representação, afirmou que é necessário reabrir o inquérito e criticou a progressão de pena de Alexandre e Anna Carolina, que atualmente cumprem parte da condenação em regime aberto.
“É revoltante ver Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá circulando livremente, como se nada tivessem feito. Esse casal tirou a vida de uma criança de forma brutal e covarde”, declarou.
O que pode acontecer agora
O Ministério Público de São Paulo deverá avaliar os elementos apresentados e decidir se há justificativa para a abertura de um novo inquérito sobre a suposta participação de Antônio Nardoni no crime. Até hoje, o avô não havia sido investigado diretamente.
Relembre o caso
Em 29 de março de 2008, Isabella Nardoni morreu após ser agredida, asfixiada e arremessada do sexto andar do prédio onde vivia o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá. A investigação concluiu que o casal havia adulterado a cena do crime e forjado sinais de arrombamento.
O julgamento ocorreu em 2010 e terminou com a condenação de Alexandre a 31 anos e 1 mês de prisão e Anna Carolina a 26 anos e 8 meses, ambos por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima). O caso ganhou grande repercussão nacional e se tornou um dos crimes mais marcantes da história recente do país.
Atualmente, Alexandre e Anna Carolina cumprem pena em regime aberto, com direito a saídas temporárias e retorno ao convívio social.