Em Cupertino, na terça‑feira (9), a Apple apresentou o que chamou de maior mudança na linha de iPhones em oito anos: o iPhone Air, um modelo ultrafino de 5,6 mm que aposta na leveza e no design para chamar atenção.
Design e desempenho
O aparelho traz corpo em titânio, vidro com ceramic shield e o novo chip A19 Pro, pensado para tarefas de inteligência artificial. A empresa disse que o telefone tem “bateria para o dia todo”, mesmo com os componentes internos compactados “ao tamanho de selos postais”.
“design não é apenas como algo parece ou se sente, mas também como funciona”, disse Tim Cook, citando Steve Jobs, ao abrir o evento.
Logo no evento, influenciadores reagiram: Gaurav Chaudhary, com quase 24 milhões de seguidores no YouTube, relatou “fortes aplausos” e elogiou a leveza e a resistência do aparelho.
Reações do mercado
As avaliações ficaram divididas. Equipes do Morgan Stanley disseram ter ficado mais impressionadas do que esperavam e acharam que o iPhone Air pode estimular trocas de aparelho nos próximos 12 meses. Mas também apontaram um ponto fraco: por depender de eSIM, o modelo pode ter dificuldades em alguns mercados, como a China.
Outros especialistas foram mais céticos. Thomas Hayes, da Great Hill Capital, criticou a falta de avanços claros em inteligência artificial.
“a Apple não está realmente inovando e continua atrás no campo da inteligência artificial”, disse Thomas Hayes.
Bateria e câmeras
A autonomia apareceu como o principal ponto de atenção. A Apple garantiu até 27 horas de reprodução de vídeo, mas pesquisas citadas pela própria empresa mostram que consumidores querem cada vez mais duração. Testes iniciais sugeriram que o Air teve a menor duração entre os novos iPhones, enquanto smartphones chineses já usam baterias de silício‑carbono que podem chegar a até dois dias de uso.
O novo modelo traz apenas uma câmera traseira, contra duas no iPhone 17 e três nas versões Pro — outro trade‑off entre forma e função.
Preço e complemento
O iPhone Air chegou ao mercado por R$ 10.499. A Apple também lançou um acessório MagSafe por R$ 1.199 para aumentar a autonomia, o que pode elevar o custo final além do iPhone 17 Pro dependendo das escolhas do comprador.
Em cidades como Salvador e em outros mercados de língua portuguesa, o lançamento foi acompanhado com atenção: será que vale trocar um aparelho mais robusto por um design mais fino?
Impacto financeiro e próximos passos
No mercado financeiro, as ações da Apple caíram mais de 3% na quarta‑feira (10). Analistas atribuíram o movimento a preocupações com tarifas e à falta de aumentos de preço que compensassem custos. Ainda assim, especialistas como Paolo Pescatore, da PP Foresight, viram no lançamento uma tentativa de revigorar o segmento de iPhones e de diferenciar a marca num mercado considerado saturado.
No fim das contas, a decisão ficará com os consumidores. Será que o apelo pelo design e a leveza basta para quem prioriza bateria e câmeras? As vendas e a recepção nos próximos meses — especialmente em mercados que preferem eSIM ou exigem maior autonomia — vão dizer se o iPhone Air consegue mesmo incentivar trocas e dar novo fôlego à linha.