Na tarde de terça‑feira (9), por volta das 15h, um meteorito cruzou o céu do litoral oeste do Ceará e acabou caindo no Oceano Atlântico, informou a Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon). Moradores de cidades como Itarema e Acaraú relataram ter visto uma grande bola de fogo.
O que as imagens mostraram
Câmeras de segurança e vídeos de celulares captaram o objeto brilhando ao atravessar a atmosfera e deixando um rastro de fumaça. Imagens de satélite também registraram o fenômeno. A Bramon diz que a rocha entrou no espaço aéreo do estado, cruzou o litoral e terminou no mar.
Marcelo Zurita, da Bramon, explicou que o que se vê não é exatamente “queima”, mas um processo chamado ablação: a altíssima velocidade comprime e aquece os gases da atmosfera, formando uma bolha de plasma que vaporiza as camadas externas da rocha.
Segundo uma análise preliminar da Bramon, tratou‑se de um fragmento de grande porte de um asteroide. O astrônomo Lauriston Trindade, também da Bramon, afirmou que o evento foi um dos mais luminosos registrados no país recentemente, com intensidade suficiente para ser detectado por satélite e para deixar um rastro visível do espaço.
Medidas e estimativas
Com base em sensores de infrassom e em imagens, a equipe da Bramon estimou alguns números:
- Velocidade aproximada: 75 mil km/h.
- Massa estimada: 8,5 toneladas.
- Comprimento aproximado: quase 2 metros.
Esses valores foram compartilhados por Marcelo Zurita e vêm de análises iniciais dos dados disponíveis.
O fenômeno luminoso que muitos chamam de bola de fogo é o meteoro: o brilho gerado quando um fragmento rochoso (meteoroide) aquece o ar ao entrar na atmosfera. Na maior parte das vezes o material se vaporiza. Quando pedaços resistem e chegam ao solo ou ao mar, aí sim são chamados de meteoritos.
Os especialistas ainda vão calcular a órbita do objeto para verificar se ele está associado a alguma chuva de meteoros já conhecida. A Bramon seguirá analisando imagens e dados para confirmar detalhes e possíveis ligações com eventos catalogados.
Agora resta acompanhar as próximas análises: elas dirão se há chance de recuperar fragmentos ou identificar a origem dessa rocha espacial.