O colunista Geoffrey Fowler, do Washington Post em Washington, analisou nesta semana dois celulares recém-lançados: o iPhone 17, da Apple, e o Pixel 10, do Google. No teste, Fowler concluiu que o aparelho do Google saiu na frente ao integrar funções de inteligência artificial ao uso diário.
Ele chegou a resumir a sensação como ‘a tecnologia desta era’, em referência ao papel que a IA começou a ter no dia a dia.
Personalização
Na frente da personalização, o Pixel 10 mostrou como a IA do Google, baseada no Gemini, pode vasculhar calendários, Gmail, contatos e mensagens para oferecer respostas e sugestões práticas. Isso levou a recomendações úteis, mas não foi perfeito: houve falhas pontuais, como quando o sistema não achou a fonte certa de informação ou deixou de completar tarefas simples, por exemplo, ao não conseguir acrescentar um endereço a um contato.
A Apple havia prometido uma Siri mais esperta e capaz de organizar dados pessoais de forma privada, mas adiou essa versão para 2026, dizendo que os recursos ainda não atingiram o nível esperado. A empresa também retirou do ar uma publicidade com a atriz Bella Ramsey ligada a essa promessa. Especialistas consultados por Fowler classificaram, por ora, essa promessa como vaporware.
Proatividade
O Pixel 10 trouxe o recurso Magic Cue, que observa em tempo real o que acontece no aparelho — mensagens, chamadas e apps usados — e sugere ações diretamente na tela. Em um exemplo prático, ao perguntar ‘que horas é o jantar hoje?’, o Pixel exibiu automaticamente detalhes relevantes da conversa; o recurso também antecipou informações sobre o clima antes de viagens. Segundo Fowler, essas operações aconteceram localmente no aparelho, sem envio de dados ao Google, mas o recurso apareceu apenas em alguns contextos e precisa ser ampliado.
O iPhone 17 tem o sistema de Sugestões da Siri, que tenta aprender padrões de uso e oferecer ações, mas, na avaliação do jornalista, não atingiu a mesma utilidade proativa que o Pixel demonstrou.
Interações por voz
Na interação por voz, o Pixel 10 reformulou a experiência com o Gemini Live, permitindo conversas mais naturais, interrupção de respostas e uso da câmera para análise do ambiente. Fowler descreveu situações familiares — inclusive com seu filho de três anos apontando objetos para o assistente — e destacou que o sistema também pôde analisar o conteúdo da tela durante a conversa. Ainda assim, o Gemini Live não acessou todas as informações pessoais nem funcionou em todos os aplicativos testados.
O iPhone 17 trouxe avanços pontuais: uma parceria com a OpenAI para encaminhar perguntas mais complexas ao ChatGPT e o recurso Visual Intelligence para reconhecer objetos e textos em imagens. Mesmo assim, segundo o relatório, não há um equivalente ao bate-papo ao vivo e multimodal apresentado pelo Pixel.
Conclusão e próximos passos
Em resumo: o Pixel 10 levou vantagem por oferecer uma IA mais integrada ao uso cotidiano, ainda que com limitações e necessidade de ampliação. A Apple adiou a Siri personalizada para 2026, enquanto o Google planeja ampliar gradualmente recursos como o Magic Cue e as funções do Gemini para mais contextos de uso.
No fim das contas, quem sai na frente depende do que você valoriza: recursos proativos e conversas multimodais já funcionando no aparelho, ou promessas de privacidade e integração que ainda precisam chegar. Ambos os caminhos ainda têm pontos a melhorar.