A NASA isolou quatro voluntários por 378 dias no habitat Mars Dune Alpha, entre 19 de outubro de 2025 e 31 de outubro de 2026. Foi uma simulação longa e intensa, pensada para reproduzir as rotinas e as restrições que uma tripulação enfrentaria em Marte, dentro do programa CHAPEA.
O experimento
O abrigo tinha cerca de 158 metros quadrados e foi construído com impressão 3D — imagine um apartamento espaçoso, só que completamente fechado por mais de um ano. Cada um dos quatro voluntários desempenhou um papel específico: comandante, oficial médico, engenheiro de voo e oficial de ciências. Essas funções ajudaram a simular a divisão de tarefas em uma missão real.
Desafios simulados
Os organizadores criaram condições para testar resistência e procedimentos em situações próximas às reais. Entre os pontos principais estavam:
- Recursos limitados, como comida e água;
- Atraso nas comunicações entre 5 e 20 minutos;
- Falhas simuladas de equipamentos;
- Atividades extraveiculares de alta intensidade;
- Isolamento e confinamento total.
O que testaram
Os participantes cultivaram alimentos, conduziram experimentos científicos e avaliaram tecnologias que podem ser úteis em missões futuras — por exemplo, equipamentos médicos portáteis e sistemas de reciclagem de água. O estudo também integrou a coleta de dados fisiológicos e psicológicos para entender melhor os impactos de uma missão tão longa e restritiva.
Por que isso importa
Essa foi a segunda de três simulações planejadas pelo CHAPEA. A primeira, concluída em julho de 2024, já havia mostrado que o isolamento pode ser administrado por meio da cooperação entre tripulantes. Os dados servem para orientar decisões sobre projeto e planejamento da primeira missão humana a Marte e complementam estudos que a agência realiza enquanto avança em operações além da órbita lunar com o programa Artemis. As informações foram divulgadas ao IFL Science.
Como será viver tanto tempo em um espaço tão restrito? Experimentos como esse não respondem todas as perguntas, mas fornecem pistas práticas que ajudam a reduzir riscos e a preparar missões reais ao Planeta Vermelho.