Os fósseis deixam pistas claras sobre o que estava no cardápio do Megalodonte. Marcas em ossos, dentes encontrados próximos a carcaças e padrões de fraturas mostram que esse tubarão pré‑histórico caçava e também aproveitava carcaças de mamíferos marinhos de grande porte.
Evidências nos fósseis
Nos sítios paleontológicos, pesquisadores encontraram costelas partidas, entalhes e marcas profundas em vértebras cuja curvatura combina com dentes grandes e serrilhados. Em muitos achados, dentes do próprio predador ficaram próximos às ossadas, reforçando a ideia de ataques ou consumo direto das carcaças.
Como sabemos disso? Além das marcas, a morfologia dentária e a distribuição dos fósseis compõem um quadro coerente. Os dentes do megalodonte eram largos e triangulares, com serrilhas robustas e múltiplas fileiras que se renovavam constantemente — características ideais para cortar carne espessa e lidar com ossos resistentes.
Estratégia de caça
As lesões nos esqueletos sugerem ataques direcionados a áreas vitais: tórax e base das nadadeiras eram alvos frequentes, uma tática eficiente para imobilizar a presa rápido e evitar perseguições longas. Modelagens indicaram que o animal poderia, em tese, consumir presas do porte de orcas em cinco mordidas, graças à sua força, volume e ao conjunto dentário sempre renovado.
Além disso, a preferência por presas ricas em gordura faz sentido do ponto de vista energético: tecido adiposo oferece muito calor por volume, permitindo intervalos maiores entre caçadas — uma vantagem para um superpredador que precisava de muito combustível.
Distribuição e mudanças ambientais
Os locais com dentes e marcas de mordida coincidem em geral com áreas historicamente ricas em mamíferos marinhos, sugerindo que a disponibilidade de presas orientava rotas e zonas de caça. Quando mudanças climáticas alteraram correntes e temperaturas, a distribuição das presas também mudou. Isso aumentou o custo de busca por alimento e, combinado com competição de outros predadores adaptáveis a águas mais frias, pode ter afetado a taxa de sucesso reprodutivo do megalodonte.
Em síntese, a combinação de marcas de mordida, abundância e forma dos dentes e a coerência ecológica com padrões observados em grandes predadores indicam que o Megalodonte se alimentava principalmente de grandes mamíferos marinhos, aproveitava carcaças quando possível e ajustava seu cardápio conforme a idade e o ambiente. Essas conclusões vêm de registros fósseis e estudos compilados por fontes como a FossilEra, enquanto investigações e modelagens continuam refinando nosso entendimento sobre a dieta e a ecologia desse predador.