Na noite de sexta-feira (5), o Kansas City Chiefs e o Los Angeles Chargers se enfrentaram na Neo Química Arena, em São Paulo. Fora do Brasil, a partida foi exibida gratuitamente pelo YouTube, numa transmissão anunciada como um grande teste da plataforma para eventos esportivos ao vivo.
O que estava em jogo
Em maio, o YouTube comprou os direitos de transmissão mundial por US$ 100 milhões, segundo informou a própria empresa. Neal Mohan, diretor-executivo do YouTube, apresentou a iniciativa como uma forma de posicionar a plataforma como opção viável para jogos ao vivo — especialmente para atingir públicos mais jovens e fora dos Estados Unidos.
Mas o desafio não era só atrair espectadores: havia também o risco técnico. Plataformas que já fizeram estreias parecidas enfrentaram problemas. Por exemplo:
- A Netflix teve falhas de áudio e vazamento de comerciais na primeira partida exibida.
- A Amazon recebeu reclamações sobre áudio e dessincronização.
Esta foi a primeira vez em que o YouTube foi o único responsável por um evento grande com alcance internacional — por isso a atenção extra à execução.
Como foi no Brasil
No Brasil, a partida não foi transmitida pelo YouTube. O público local precisou recorrer às opções já disponíveis no país, como Prime Video, HBO Max e Globoplay, que já fazem transmissões esportivas ao vivo no mercado brasileiro.
Havia também interesse comercial direto: anúncios custavam cerca de US$ 30 por cada 1.000 espectadores — ou seja, cerca de US$ 30.000 para um público de 1 milhão de pessoas, valor estimado em aproximadamente R$ 160.000 por anúncio, segundo a cotação usada pela organização.
Consequências
Para o YouTube e para o mercado, o evento funcionou como uma prova de fogo. Se a transmissão alcançasse grande audiência e operação sem falhas, poderia validar a plataforma como alternativa para grandes eventos esportivos; se não, reforçaria as dificuldades que serviços de streaming enfrentam ao assumir transmissões de alto perfil.