A polícia de Singapura deu um passo incomum: emitiu uma ordem exigindo que a Meta tome medidas para conter uma onda de golpes que vinham ocorrendo no Facebook, amparada pela recém-aprovada Lei de Danos Criminais Online de 2024.
Por que a medida foi tomada
As autoridades apontaram a rede social como o canal principal de fraudes na cidade-estado e avisaram que o descumprimento pode acarretar multa de até US$ 775 mil. Foi uma intervenção pública de grande alcance contra a gigante de tecnologia no território.
Os números
O que os dados mostram? Aqui estão os pontos que embasaram a ação:
- Mais de um terço de todos os golpes de comércio eletrônico reportados em 2024 ocorreram no Facebook.
- O Marketplace do Facebook foi classificado como o mais fraco do mercado em termos de recursos antifraude.
- Houve um salto nas fraudes por falsificação de identidade de funcionários do governo: 1.762 casos no primeiro semestre de 2025, ante 589 no mesmo período do ano anterior.
- As autoridades estimaram prejuízos de quase US$ 100 milhões, um aumento de 88% sobre as perdas registradas em 2024.
Reação da Meta e contexto internacional
A Meta — dona do Facebook, Instagram e WhatsApp — disse que já usa tecnologias de detecção e verificação de anunciantes, coopera com as autoridades e tem investido em equipes e procedimentos. A empresa também afirma oferecer orientações para evitar golpes e ferramentas para denúncias.
“Implementamos a verificação de anunciantes e continuamos trabalhando com as autoridades policiais para tomar medidas legais contra os criminosos por trás desses golpes”, concluiu o porta-voz.
Em um contexto mais amplo, uma ação semelhante foi movida no Brasil em abril pela Advocacia-Geral da União (AGU), que pediu medidas contra golpes que usavam símbolos do governo e argumentou que o sistema de verificação de anúncios da plataforma era ineficiente; a petição buscou condenação por danos morais coletivos.
O que vem a seguir
As autoridades locais disseram que a notificação se baseou na nova legislação e que ela pode resultar em sanções financeiras se as exigências não forem atendidas, mas não detalharam prazos nem os próximos passos processuais. Resta acompanhar se a Meta cumprirá as determinações e como isso mudará a experiência dos usuários no Facebook.