A vaga da Bahia na Câmara dos Deputados pode ganhar um novo nome: a ministra da Cultura, Margareth Menezes, passou a ser articulada como possível candidata a deputada federal em 2026. A decisão, porém, ainda não foi formalizada.
Contexto
O primeiro sinal público dessa possibilidade veio do articulista político Victor Pinto. No interior do Partido dos Trabalhadores há duas correntes em discussão: uma mais cautelosa, que prefere manter Menezes visível e trabalhar a candidatura para o futuro; e outra, que pressiona por lançar o nome já para a disputa.
Nos bastidores, a definição também sofreu influência da primeira-dama Janja da Silva, que vem organizando o que se chama de ‘bancada de Janja’ e teria incentivado ministras a disputar vagas na Câmara. Entre os nomes citados estão:
- Margareth Menezes
- Anielle Franco (Ministra da Igualdade Racial)
- Macaé Evaristo (Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania)
Como gesto recente de apoio, Janja participou em agosto, em Salvador, na Bahia, das comemorações dos 20 anos da Fábrica Cultural, vinculada a Menezes, e reforçou a atenção ao empreendedorismo feminino.
“Ela está ainda na indefinição. Mas, hoje, muito mais inclinada a ser [candidata]. Na política existe uma cobrança para a definição. No PT [a vaga para federal] vai ser disputada”, disse um aliado próximo à ministra.
Desafios e estratégia
O cenário eleitoral apresenta números e disputas concretas. Para viabilizar um mandato em 2026, lideranças do grupo petista estimam que a ministra precisaria angariar cerca de 100 mil votos. Concorrentes dentro e fora da federação podem reduzir esse potencial:
- A candidatura de Olívia Santana (PCdoB) pode afetar a votação na capital.
- Nome do próprio PT, como Moema Gramacho, ainda sem sinalização formal, também poderia disputar parte do eleitorado feminino.
O movimento de Menezes acelerou rearranjos na base do partido. A atual presidente da Funarte, a ex-vereadora de Salvador Maria Marighella — que teve 53.364 votos em 2022 ao concorrer a deputada federal — vinha articulando nova candidatura, mas tem a opção de disputar uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o que abriria caminho para uma dobradinha eleitoral com a ministra.
Na campanha, o papel do secretário estadual de Cultura, Bruno Monteiro, foi apontado como estratégico: seu relacionamento com gestores culturais e lideranças no interior do estado pode ampliar o alcance de uma eventual candidatura de Menezes. Monteiro já atuou de forma expressiva na campanha de Marighella em 2022.
Até agora, Margareth Menezes não confirmou oficialmente que vai concorrer. Líderes petistas na Bahia cobram uma definição, diante da possibilidade de que a disputa pela vaga federal se acirre caso o nome dela seja oficializado.
Em resumo: a articulação existe e há apoio, mas também há desafios práticos e rivalidades que podem influenciar o resultado. A decisão final, por enquanto, segue em aberto.