Nem todo arco-íris precisa trazer todas as cores do espectro. Às vezes o céu parece pincelar apenas tons avermelhados — e isso também tem explicação científica. Esses casos são chamados de arco-íris monocromáticos e costumam aparecer em situações bem específicas.
Como o arco-íris surge
O arco-íris comum nasce quando a luz do Sol atravessa microgotículas no ar: a luz muda de direção e parte dela é refletida dentro da gota. Como a luz branca é feita de várias cores, cada comprimento de onda se desvia em ângulos ligeiramente diferentes, formando o leque de cores que normalmente vemos.
Por que, às vezes, fica só vermelho?
Quando o Sol está muito baixo no horizonte — no nascer ou no pôr do Sol — a atmosfera age como um filtro. As componentes de menor comprimento de onda (o azul) são espalhadas com mais eficiência pelas partículas no ar, sobrando principalmente a luz de maior comprimento de onda: o vermelho. Essa luz predominante é a que entra nas gotas e volta para nossos olhos, produzindo arcos com tonalidade avermelhada em vez das faixas multicoloridas.
Casos observados
Fenômenos desse tipo já foram registrados em diferentes regiões, inclusive no litoral e no interior. Um exemplo notável ocorreu em Picos, no Piauí, onde moradores chamaram o fenômeno de “arco-íris de fogo”. Foi considerado raro porque exigia condições particulares:, segundo especialistas, naquele registro específico a luz solar incidia com o Sol a cerca de 58 graus de altitude — um ângulo atípico para a maioria dos arco-íris vermelhos documentados.
Onde e quando tentar ver
No litoral baiano e em outras áreas, os arcos avermelhados podem surgir quando há microgotículas no ar — chuva fina, nuvens residuais ou spray marítimo — e o observador tem uma visão ampla do céu oposto ao Sol. Em Salvador, por exemplo, as condições locais podem favorecer a formação desses arcos.
Dicas práticas de observação
- Posicione-se com o Sol às costas pouco antes do nascer ou logo após o pôr do Sol.
- Procure áreas com chuva fina, nuvens de chuva residual ou spray do mar que formem microgotículas ao longo do horizonte.
- Mantenha uma vista ampla do céu oposto ao Sol, sem obstáculos.
- Para fotografar: use lente grande-angular e ajuste manual da exposição, assim a câmera não apaga as tonalidades avermelhadas.
Serviços meteorológicos e observadores amadores costumam monitorar e documentar essas ocorrências. Na maior parte dos casos, o registro e a explicação meteorológica são suficientes, sem desdobramentos investigativos formais além disso.
É um espetáculo raro e sutil — quando aparece, vale parar um momento e olhar para o céu.