Imagine ter uma previsão feita há quase 30 anos sobre algo tão complexo quanto a elevação do nível do mar, e ela se mostrar praticamente certeira. Pois é exatamente isso que um estudo recente confirmou, e a notícia acende um alerta ainda maior para regiões costeiras como a nossa querida Bahia.
Parece coisa de filme, mas cientistas como Torbjörn Törnqvist e Sönke Dangendorf, da Universidade de Tulane, fizeram um trabalho minucioso. Eles pegaram as projeções do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de 1996, que falavam em um aumento médio global de 6 a 7 centímetros no período de 1993 a 2023. O que eles descobriram ao comparar com os dados de satélite atuais? Que o nível do mar subiu, de fato, cerca de 8 centímetros. Uma diferença mínima, não é mesmo?
Essa pequena variação de apenas 1 centímetro pode ser explicada: na época, subestimaram um pouco o derretimento das geleiras na Groenlândia e na Antártida. Mas a precisão geral das projeções deixou os próprios pesquisadores de boca aberta. “Ficamos bastante surpresos com a qualidade dessas projeções iniciais”, contou Törnqvist. “Isso é uma das melhores provas de que entendemos há décadas o que está acontecendo e de que podemos fazer projeções confiáveis.”
E tem um detalhe crucial: o aumento do nível do mar não é um processo linear; ele está acelerando! Isso significa que as inundações costeiras vão se tornar mais frequentes e intensas, um desafio e tanto para cidades litorâneas. É por isso que dados precisos de satélite, como os da NASA e NOAA, são tão importantes. Eles nos ajudam a entender as diferenças em cada região — afinal, o mar não sobe de forma homogênea em todo lugar — e a planejar ações de proteção para a população da Bahia e de outros litorais.
Publicados na revista Earth’s Future, esses achados reforçam a urgência de agirmos agora. Precisamos planejar e implementar medidas de adaptação para proteger nossas áreas costeiras vulneráveis, especialmente na Bahia. O futuro dessas comunidades dependerá diretamente das decisões e ações que tomarmos hoje, com base nessas valiosas informações científicas.