Você lembra da febre do É o Tchan? Parece que foi ontem, mas já se passaram 30 anos desde que um álbum revolucionário chegou para mudar o cenário da música baiana e brasileira. Lançado em 1995, quando o grupo ainda era conhecido como Gera Samba, esse disco não só deu nome à banda que viria a ser um fenômeno, mas também pavimentou o caminho para o pagode baiano de uma forma que ninguém imaginava, espalhando uma energia contagiante que começou na Bahia e conquistou o Brasil inteiro.
“Pau que Nasce Torto”: Um Hino Inesperado
O álbum homônimo, lançado em CD e cassete pela Polydor Records, foi o divisor de águas para o grupo formado em 1992. Mas a grande estrela, sem dúvida, foi a canção “Pau que Nasce Torto”. Quem diria que essa música se tornaria um hino? Nem o próprio vocalista Beto Jamaica imaginava a dimensão do sucesso que viria. Em uma entrevista, ele revelou:
“A gente não tinha, com certeza, noção que isso ia ser patrimônio, nacional ou até mundial, porque todo lugar que a gente chega do mundo, quando ‘segura o Tchan’ todo mundo conhece, todo mundo dança”, compartilhou Beto Jamaica. É mole? A música virou passaporte global!
Da Coreografia ao Pioneirismo
Qual o segredo do sucesso que durou tanto? A sacada do É o Tchan foi misturar o bom e velho samba de roda com coreografias inovadoras que grudavam na cabeça e nos pés. Foi assim que nomes como Jacaré, Carla Perez, Sheila Mello e Scheila Carvalho viraram estrelas, deixando uma marca inesquecível na memória do público. E “Pau que Nasce Torto” continua vivíssima, como destaca Beto:
“A música seguiu o Tchan, cada dia que passa ela fica mais jovem, mais atual. É uma das músicas que não pode faltar no show, porque todo mundo pede, as crianças, os adolescentes, os mais maduros”, garantiu o cantor. Ele ainda fez questão de ressaltar o orgulho da raiz da canção: “Foi um prazer enorme, um privilégio, satisfação incrível fazer uma música dessa, vindo da Bahia, vindo do Recôncavo, vindo dos guetos de Salvador.”
Compadre Washington, que ainda divide os vocais com Beto Jamaica, complementa a ideia, reforçando a importância da faixa no percurso da banda:
“A música [Pau que nasce torto] foi a que abriu porta para o grupo Tchan e continua abrindo […] Então tem mais que agradecer, porque o pau que nasce torto até a cinza morre torta”, brincou ele, reforçando o impacto duradouro da canção.
Um Legado que Inspira Novas Gerações
Mas a história do É o Tchan não se resume só a hits. Eles foram verdadeiros pioneiros! Sabia que foram a primeira banda de pagode a agitar um trio elétrico durante o Carnaval? Essa ousadia abriu as portas para uma enxurrada de novos talentos e para a ascensão de uma nova geração do gênero. Beto Jamaica se orgulha ao falar da influência direta:
“Cia do Pagode, Terra Samba, Gang do Samba, Harmonia do Samba… Muita gente hoje. Você vê um Psirico, você vê um Léo Santana, todo mundo no contexto musical, mas todos eles são nossos filhos. Todos eles, engenheiros da nossa história musical, da nossa essência musical”, celebrou Beto Jamaica.
Um Fenômeno que Atravessa o Tempo e as Telas
E a prova de que o legado do É o Tchan segue firme e forte? Basta dar uma olhada nas plataformas digitais. A faixa “É o Tchan Medley: Pau que Nasce Torto / Melô do Tchan” no Spotify já bateu a incrível marca de mais de 45 milhões de streams, sendo a canção mais ouvida do grupo. No YouTube, essa mesma música garantiu mais de 437 mil visualizações em apenas 28 dias (entre 22 de julho e 18 de agosto), comprovando a perenidade de seu alcance. Sinal de que o Tchan continua conquistando gerações, né?
30 Anos de Pura Energia Baiana
De um disco lançado em 1995 a milhões de streams, o É o Tchan não é só uma banda; é um pedaço vibrante e fundamental da história da música baiana e brasileira. Um legado que segue animando e inspirando, mostrando que alguns “paus tortos” nascem para virar um patrimônio de pura alegria e muito gingado!