O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), tem um prazo crucial pela frente: até o final de 2025. É neste período que ele precisará consolidar sua gestão e fortalecer sua base política, pensando nas eleições de 2026. A avaliação, consensual entre aliados e oposição, é clara: o governador precisa mostrar resultados concretos, ir além das promessas, antes que as regras eleitorais limitem suas ações.
Desafios da Gestão e Expectativas
Desde o início de seu mandato, Jerônimo Rodrigues busca imprimir sua própria marca no governo. Contudo, nos bastidores políticos, a avaliação é que, até agora, sua atuação tem se resumido mais a “abraços e afagos” do que a ações de grande impacto. A percepção é que o relógio corre contra o governador para ele construir uma identidade própria, diferente de seus antecessores, já que a concretização de projetos segue lenta.
Apesar de muitos prefeitos demonstrarem satisfação nos encontros com o governador e sua equipe, nos círculos políticos, cresce a preocupação com a execução das promessas. O principal receio é a viabilização de investimentos e convênios de alto valor. Por isso, o final de 2025 é crucial: definirá se Jerônimo Rodrigues chegará “imbatível” ou “azarão” na próxima disputa eleitoral.
Contexto Eleitoral de 2022 e Cenário Atual
Em 2022, a vitória de Jerônimo Rodrigues teve dois grandes impulsos: o apoio do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a estratégica liberação de recursos feita pelo ex-governador Rui Costa. Costa, após sete anos de contenção fiscal, acelerou a formalização de convênios e investimentos em várias cidades. Essa medida, sem qualquer irregularidade legal, foi decisiva para conquistar o apoio de prefeitos e lideranças, fundamental para o resultado das urnas.
Para 2026, contudo, o cenário pode ser diferente. É possível que o presidente Lula não tenha o mesmo capital político de quatro anos antes, e o governo estadual não conta com a mesma robustez financeira que Rui Costa tinha. Por isso, a capacidade de Jerônimo Rodrigues de cumprir, mesmo que parcialmente, as promessas de campanha será fundamental para ele se manter como favorito na disputa. Se conseguir tirar do papel esses investimentos e convênios, analistas creem que a oposição terá grande dificuldade para competir com a força da máquina estadual em um ano eleitoral.
Perspectivas Financeiras e Expectativas dos Aliados
A estratégia de contenção financeira do governo anterior, focada em “apertar os cintos” para liberar recursos em momentos estratégicos, poderia ser replicada. Mas a gestão de Jerônimo Rodrigues tem um lastro financeiro menor. Prova disso são os 19 pedidos de empréstimos enviados à Assembleia Legislativa da Bahia. Mesmo que os recursos desses empréstimos sejam para fins específicos, eles trazem um alívio financeiro que pode ajudar na liberação de novos investimentos e convênios.
Os aliados do governador apostam na capacidade de Jerônimo Rodrigues de convencer os prefeitos de que os indícios de ações concretas, vistos até agora, não se traduzirão em falsas promessas. Tirar projetos e investimentos do papel até o final de 2025 é crucial para que o governador comece 2026 com um patamar político mais favorável. Assim, ele afastaria o risco de ser visto como menos competitivo e evitaria que a oposição encontre espaço para avançar.