A indústria automotiva chinesa está, de fato, fincando raízes no Brasil. A prova mais recente veio com a inauguração da fábrica da Great Wall Motor (GWM) em Iracemópolis, no interior de São Paulo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva marcou presença na cerimônia, que aconteceu na última sexta-feira (15).
Este é um passo gigante para o setor. Afinal, a GWM é a segunda grande montadora chinesa a se instalar por aqui, seguindo os passos da BYD, que já opera em Camaçari, na Bahia. É um avanço estratégico que promete balançar a economia nacional, gerando muitos empregos e impulsionando a inovação tecnológica.
Investimento e Produção
A nova unidade da GWM em São Paulo não está para brincadeira. Ela tem capacidade para produzir 30 mil veículos por ano e planeja criar mil empregos diretos até o final de 2025. Ao todo, a empresa vai investir nada menos que R$ 10 bilhões no Brasil ao longo de uma década, mostrando um compromisso de peso com o nosso mercado.
No começo, a produção será no formato “part by part” – ou seja, os componentes chegam prontos para a montagem. Mas a meta é ambiciosa: nacionalizar 60% do conteúdo até o ano que vem. Atualmente, a fábrica já conta com 600 profissionais, e a expectativa é chegar a mil ainda este ano.
Quais carros veremos sair da linha de montagem paulista? Três modelos estratégicos: o SUV híbrido Haval H6, disponível em cinco versões (HEV e PHEV); o SUV de sete lugares Haval H9, que vem com motor 2.4 Turbo Diesel e recursos como câmera 360 graus e sistemas de assistência ao motorista; e a picape Poer P30, que compartilha o mesmo motor e características do H9.
Impacto e Inovação Tecnológica
A chegada da GWM, somada à presença consolidada da BYD na Bahia, reafirma o Brasil como um destino superatrativo para o capital chinês no setor automotivo. A fábrica da BYD em Camaçari, por exemplo, foi pioneira nesse movimento e já trouxe benefícios significativos para a economia baiana, criando vagas e estimulando o desenvolvimento regional.
Mas a GWM não veio só para produzir carros. A empresa também anunciou a abertura do seu primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento na América Latina. Uma equipe de 60 técnicos e engenheiros vai trabalhar no local, focando no desenvolvimento de motores híbridos flex e na adaptação dos veículos para o gosto do consumidor brasileiro. Isso mostra o quanto a GWM aposta na inovação e na tecnologia local.
É uma estratégia que outras grandes montadoras já adotam: personalizar os produtos para o nosso mercado. Com isso, vêm avanços tecnológicos importantes e a capacitação da nossa mão de obra.
No fim das contas, a vinda e a expansão dessas montadoras chinesas trazem um cenário de mais concorrência e muita inovação para a indústria automotiva brasileira. Os impactos são diretos e positivos, com a criação de empregos qualificados e o impulso a novas tecnologias em várias partes do país, como a Bahia, que já colhe os frutos da presença da BYD.