Um caso de violência infantil foi registrado na cidade de Cajueiro, no interior de Alagoas, nesta semana. Um homem de 28 anos foi preso em flagrante após obrigar o enteado de apenas 3 anos a comer fezes. O crime ocorreu na última segunda-feira (11) e foi denunciado pela mãe da criança, que presenciou a cena e procurou a polícia imediatamente.
De acordo com o depoimento da mãe, o menino estava com diarreia devido ao uso de um medicamento para vermes. Durante o banho, o padrasto se ofereceu para ajudar, mas minutos depois, a mulher ouviu o choro da criança. Ao entrar no banheiro, encontrou o filho com fezes no rosto e na boca.
“Depois de presenciar ele colocando cocô na boca do meu filho, eu confrontei ele, perguntei como ele tinha coragem de fazer aquilo com uma criança. Ele disse que tinha feito e que faria de novo e me mandou limpar o cocô do meu filho. Essa frase fica martelando na minha cabeça”, relatou a mãe, emocionada.
A mulher também revelou que o homem já havia mencionado um comportamento semelhante no passado.
“No início do nosso relacionamento ele contou que tinha passado fezes na cara do filho dele para que o menino parasse de fazer cocô nas calças. Eu não acreditei que fosse verdade. Depois que tudo isso aconteceu, ele disse que tinha feito a mesma coisa com o meu filho autista e que por isso ele deixou de fazer cocô nas calças e passou a usar o banheiro. Dói de imaginar que meus filhos tenham passado por isso”, lamentou.
Conforme o relato, o impacto psicológico e físico na criança tem sido devastador:
“Meu filho está muito mal. Há quatro dias que ele não come. Toda comida que ele coloca na boca ele quer vomitar, já precisou ‘tomar soro’ para hidratar. No dia que fui na delegacia ele vomitou na frente dos policiais duas vezes, colocando cocô para fora, o que mostra que ele [ex] fez o meu filho engolir o próprio cocô”, desabafou a mãe.
O homem foi preso em flagrante e, durante o depoimento, admitiu ter forçado o menino a ingerir as fezes. Ele justificou o ato dizendo que “perdeu a paciência”. Apesar da gravidade do caso, o suspeito foi liberado após audiência de custódia e responderá ao processo em liberdade. A decisão judicial considerou que ele é réu primário, possui trabalho fixo e se comprometeu a deixar a residência da vítima.
Medidas cautelares impostas pela Justiça
O juiz responsável determinou uma série de medidas cautelares para o acusado, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno (das 22h às 5h), proibição de contato com a vítima e familiares, além de proibição de frequentar a casa ou o local de estudo da criança. Também foi fixado o pagamento de pensão alimentícia no valor de 30% do salário-mínimo por, no mínimo, um ano, para garantir o suporte à criança e à mãe.