A embaixada dos Estados Unidos no Brasil afirmou, em comunicado divulgado nas redes sociais na quinta-feira (14), que o programa Mais Médicos foi um “golpe diplomático” que explorou médicos cubanos e enriqueceu o regime cubano. A declaração ocorre um dia após o governo americano anunciar sanções a servidores brasileiros ligados à implementação do programa, como Mozart Julio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde, e Alberto Kleiman, ex-diretor de Relações Externas da OPAS.
O programa Mais Médicos foi criado em 2013, durante o governo Dilma Rousseff, com o objetivo de ampliar o acesso à saúde em regiões carentes do Brasil, especialmente por meio da contratação de médicos estrangeiros, em sua maioria cubanos. Ao longo dos anos, o programa passou por reformulações, sendo rebatizado como “Médicos pelo Brasil” no governo Jair Bolsonaro e retomado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2023.
Segundo o Departamento de Estado dos EUA, o programa teria utilizado a OPAS como intermediária para repassar valores ao regime cubano, burlando sanções americanas e promovendo um esquema coercitivo de exportação de mão de obra. O comunicado destaca que médicos cubanos relataram exploração e trabalho forçado, e que as autoridades brasileiras e ex-funcionários da OPAS teriam acobertado o esquema.
Em resposta, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu o Mais Médicos, afirmando que o programa é aprovado pela população brasileira e salva vidas. O presidente Lula também saiu em defesa do programa, ressaltando a importância da relação entre Brasil e Cuba e minimizando o impacto das sanções para os profissionais brasileiros.
O caso gerou ampla repercussão na imprensa e nas redes sociais, reacendendo o debate sobre a legalidade e a ética do programa, além das relações diplomáticas entre Brasil, EUA e Cuba. O governo brasileiro mantém a defesa do Mais Médicos, enquanto os EUA reforçam a continuidade das sanções e das investigações sobre o caso.
No momento, o impasse diplomático segue em curso, com o governo brasileiro reafirmando o compromisso com o programa e os Estados Unidos mantendo as sanções e as críticas à iniciativa.