O renomado cantor e compositor Arlindo Cruz, figura central do samba brasileiro, faleceu nesta sexta-feira (8), conforme informações divulgadas. Sua partida marca o encerramento de uma carreira de mais de quatro décadas, mas seu impacto cultural permanece evidente através de um vasto acervo musical. Dados recentes do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) apontam um legado expressivo, com 847 composições e 1.844 gravações cadastradas em seu banco de dados.
Análise da Obra
O Ecad, responsável pela gestão coletiva dos direitos autorais no Brasil, realizou um levantamento detalhado sobre a obra do artista. O estudo abrangeu as canções de autoria de Arlindo Cruz mais executadas nos últimos cinco anos no país, além de identificar as composições que registraram o maior número de regravações ao longo do tempo.
Entre os grandes êxitos que se destacam pela alta execução, a canção “O Show Tem Que Continuar”, parceria com Sombrinha e Luiz Carlos da Vila, aparece no topo da lista das mais tocadas nos últimos cinco anos. Em sequência, outras composições icônicas como “Meu Lugar”, criada em conjunto com Mauro Diniz, e “Samba de Arerê”, fruto da colaboração com Xande de Pilares e Mauro Jr., também mantiveram forte presença nas execuções. Completam essa seleção de destaque obras como “Camarão Que Dorme a Onda Leva” e “O Que É o Amor”.
No panorama das faixas mais regravadas, “O Show Tem Que Continuar” novamente figura na primeira posição, reiterando sua relevância no repertório nacional. A lista das mais regravadas também inclui “Samba de Arerê” e “Meu Lugar”, demonstrando a perenidade dessas composições no cenário musical. “Agora Viu Que Perdeu e Chora”, “Saudade Louca” e “Ainda É Tempo Pra Ser Feliz” também são citadas entre as canções frequentemente reinterpretadas por outros artistas.
Direitos Autorais Assegurados
A Lei dos Direitos Autorais (Lei 9.610/98) assegura que os familiares do sambista continuarão a receber os rendimentos provenientes de suas obras. Essa proteção legal se estende por um período de 70 anos contados a partir da data de seu falecimento ou, em casos de coautoria, após a morte do último autor parceiro, garantindo a continuidade do legado financeiro de sua produção artística.
A vasta produção de Arlindo Cruz, que se estende por mais de quarenta anos, permanece viva nas vozes de outros intérpretes e nas tradicionais rodas de samba por todo o Brasil. O repertório do artista continua a inspirar e a ser executado, confirmando a mensagem de um de seus maiores sucessos: o espetáculo, de fato, deve prosseguir.