A Eli Lilly and Company, renomada farmacêutica e produtora do Mounjaro, revelou avanços significativos no tratamento da obesidade com os resultados positivos de um estudo de fase 3 para seu novo medicamento oral, a orforgliprona. O composto, classificado como um agonista do GLP-1, demonstrou alta eficácia na redução do peso em adultos que vivem com obesidade.
Os dados divulgados pela empresa indicam que a orforgliprona, administrada uma vez ao dia, foi capaz de reduzir o peso corporal em até 12,4% em participantes do estudo. Detalhes do levantamento apontam que 59,6% dos indivíduos que receberam a dose mais alta do medicamento perderam, no mínimo, 10% do peso inicial, enquanto 39,6% alcançaram uma perda igual ou superior a 15%.
Além da expressiva perda de peso, a orforgliprona também se mostrou benéfica na diminuição de indicadores de risco cardiovascular. Entre os fatores que apresentaram melhora, estão os níveis de colesterol não-HDL (considerado o “colesterol ruim”), triglicerídeos e a pressão arterial elevada.
“A obesidade é um dos maiores desafios globais de saúde do nosso tempo, impulsionando a carga de doenças crônicas em todo o mundo e afetando mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo. Com a orforgliprona, nós poderemos transformar o tratamento da obesidade por meio de uma terapia oral diária que poderá apoiar na intervenção precoce e tratamento a longo prazo da doença, enquanto ainda proporciona uma maior conveniência em comparação aos injetáveis. Com estes dados positivos em mãos, estamos planejando submeter a orforgliprona para avaliação regulatória até ao final do ano e preparados para um lançamento global que será capaz de atender essa demanda urgente de saúde pública.”
disse Kenneth Custer, vice-presidente executivo e presidente do negócio de Cardiometabolismo da Lilly, em declaração.
Metodologia e resultados específicos
O estudo clínico de fase 3, etapa crucial antes da submissão para aprovação por agências regulatórias, contou com a participação de 3.127 adultos. Os voluntários incluíam pessoas com obesidade ou sobrepeso que apresentavam pelo menos uma comorbidade, como hipertensão, dislipidemia, apneia obstrutiva do sono ou doença cardiovascular, sem diagnóstico de diabetes.
Participantes de diversos países, incluindo Estados Unidos, Brasil, China, Índia, Japão, Coreia, Porto Rico, Eslováquia, Espanha e Taiwan, integraram a pesquisa. Foram testadas três dosagens distintas: 6 mg, 12 mg e 36 mg. A dose de 36 mg foi a que proporcionou a média de perda de peso de 12,4%, observada após 72 semanas de tratamento.
Segurança e próximos passos
Em relação aos efeitos colaterais, os eventos adversos mais frequentemente relatados foram de natureza gastrointestinal, apresentando geralmente intensidade leve a moderada. Entre eles, foram listados náusea, constipação, diarreia, vômitos e dispepsia.
A Eli Lilly informou que o medicamento também está sob análise para o tratamento de outras condições, como diabetes tipo 2, apneia obstrutiva do sono e hipertensão em adultos com obesidade. Maiores detalhes sobre o estudo estão previstos para serem apresentados na Reunião Anual da Associação Europeia para o Estudo da Diabetes (EASD) de 2025 e, posteriormente, serão publicados em um periódico científico especializado.