O prefeito de San Pedro Huamelula, no sul do México, protagonizou mais uma vez um dos rituais mais curiosos e antigos do país: o casamento simbólico com uma jacaré fêmea, vestida de noiva. A cerimônia, que ocorre há mais de 230 anos, é celebrada anualmente e reúne moradores, turistas e curiosos em uma grande festa marcada por música, dança e tradições indígenas.
A origem do ritual remonta ao século XVIII, quando, segundo a lenda local, a união entre uma princesa Huave (representada pela jacaré) e um rei Chontal (simbolizado pelo prefeito) teria encerrado um antigo conflito entre os dois povos indígenas da região de Oaxaca. Desde então, o casamento fictício passou a ser realizado como um pacto de paz e prosperidade para a comunidade.
Durante três dias de celebração, a jacaré — chamada de “princesa” pela população — é levada em procissão pelas ruas, visita casas, recebe enfeites e é vestida com um elaborado vestido branco, véu e flores. O ponto alto do evento é o beijo simbólico do prefeito na noiva reptiliana, selando o compromisso do povo com a natureza e os deuses da fartura.
O ritual é visto como um pedido coletivo por boas colheitas, fartura na pesca e harmonia entre os habitantes. Além de reforçar a identidade cultural de San Pedro Huamelula, a tradição atrai visitantes de várias partes do mundo, interessados em conhecer de perto essa celebração única.
Em 2025, a cerimônia foi novamente realizada, mantendo viva a tradição e a esperança de prosperidade para a cidade.