O perigo nem sempre está fora de casa. Espécies de animais peçonhentos como escorpiões, aranhas e cobras são frequentemente encontradas em residências brasileiras, apresentando riscos à saúde de moradores. Em ambientes urbanos, a presença desses animais pode surpreender, exigindo atenção para evitar acidentes.
Espécies mais comuns e seus perigos
Entre os mais comuns está o escorpião-amarelo (Tityus serrulatus), presente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Brasil. Considerado um dos mais venenosos da América do Sul, ele se adapta bem a centros urbanos e se reproduz por partenogênese. O risco é alto, especialmente para crianças e idosos. Este aracnídeo busca abrigo em locais escuros como entulhos, esgotos, bueiros, dentro de sapatos e móveis. Seu veneno neurotóxico causa dor, vômitos e, em casos graves, problemas respiratórios e cardíacos.
A aranha-marrom (Loxosceles spp.), encontrada em todo o Brasil com maior concentração no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, é discreta e noturna. Com até 3 cm, ela se esconde atrás de móveis, rodapés e roupas guardadas. A picada, muitas vezes imperceptível no início, evolui para dor e queimação, podendo causar necrose na pele.
Outro aracnídeo preocupante é a aranha-armadeira (Phoneutria spp.), comum nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Seu nome deriva da postura de ataque, com as patas dianteiras erguidas. Ela se abriga em sapatos, roupas e locais úmidos. O veneno neurotóxico desta aranha provoca dor intensa, inchaço e pode ser fatal para grupos de risco.
Outras ameaças domésticas
A lacraia (Scolopendra spp.), presente em todo o país, especialmente em climas quentes e úmidos, utiliza pernas modificadas com presas para inocular veneno. Sua picada causa dor intensa e inchaço, com risco de reações alérgicas graves.
O escorpião-marrom (Tityus bahiensis), encontrado no Centro-Oeste, Sudeste e Sul, é mais comum em casas próximas a áreas verdes. Medindo até 7 cm, seu veneno causa dor, inchaço e sintomas neurológicos.
Por fim, a jararaca-da-mata (Bothrops jararaca), predominante na Bahia e regiões Sul, Sudeste e partes do Centro-Oeste, é uma cobra venenosa que pode entrar em residências próximas a áreas de Mata Atlântica, atraída por roedores. Sua picada resulta em dor intensa, inchaço e sangramento, com risco de necrose. A viúva-negra (Latrodectus sp.), presente em todo o Brasil, é uma aranha cujo veneno causa dor, câimbras e, em casos graves, dificuldade respiratória. Ela prefere ambientes escuros e protegidos, onde constrói suas teias.
A conscientização sobre a presença e os riscos desses animais é fundamental para a segurança dos moradores. Medidas preventivas e o reconhecimento dos sintomas de picadas são cruciais para um manejo adequado em caso de encontro com essas espécies peçonhentas em ambiente doméstico.